Cientistas descobriram que o tamanho das pupilas muda conforme a respiração.
Segundo a pesquisa, inserida no site de pré-publicações científicas bioRxiv, as pupilas estão no seu menor tamanho quando começamos a inspirar e vão aumentando até atingir seu maior tamanho (que ocorre no meio da expiração). Depois, diminuem rapidamente ao terminarmos de expirar.
Martin Schaefer, do Instituto Karolinska em Estocolmo, na Suécia, e um dos autores do estudo, explicou ao portal de notícias NewScientist que o assunto em si não é novo, mas todos os artigos científicos que ele encontrou sobre esse efeito afirmavam que o tamanho é maior durante a inalação e menor durante a exalação.
Ao investigar o assunto, ele descobriu que os artigos usavam gatos anestesiados para entender o conceito. Por isso, ele decidiu fazer um estudo com pessoas.
O experimento
Schaefer, junto com uma equipe, utilizou uma câmera especializada para medir o tamanho das pupilas de 100 voluntários. Enquanto isso, uma máscara com sensores monitoravam a respiração de cada um.
Após uma análise do tamanho das pupilas feita junto de muitos ciclos respiratórios, os cientistas viram que existia um padrão comum, em que a mudança começava no menor tamanho, no início da inspiração e maior no meio da exalação.
A relação foi a mesma se os voluntários respiravam pela boca ou pelo nariz, e se olhavam para um ponto na tela por cinco minutos ou se fizessem uma tarefa simples na tela.
A pesquisa destaca, porém, que o padrão muitas vezes não era claro em um único ciclo respiratório, já que o tamanho da pupila é influenciado por muitos fatores.
Segundo o estudo, a visão humana é mais nítida quando as pupilas são menores, mas quando estão maiores, são mais sensíveis a estímulos fracos, especialmente na visão periférica.
Agora, a equipe busca mais voluntários para que façam várias tarefas visuais, de forma que seja possível verificar se as mudanças no tamanho da pupila devido à respiração têm um impacto mensurável no desempenho das pessoas.
Outros aspectos
Schaefer também está investigando se é possivel mudar intencionalmente o tamanho das pupilas ao controlar a respiração. Se for o caso, essa descoberta pode ajudar pessoas que dependem muito da visão, como em esportes como tiro ao alvo.
O tamanho da pupila também é usado para ajudar a diagnosticar algumas condições, como concussão, diz ele. “Portanto, apenas entender melhor o que influencia o tamanho da pupila é muito útil para os cientistas", disse, ao portal de notícias.