O Reino Unido abriu uma investigação sobre os sistemas operacionais, as lojas de aplicativos e os navegadores da Apple e do Google em smartphones nesta quinta-feira, a segunda vez que o órgão regulador britânico usa seus poderes recentemente ampliados para fiscalizar grandes empresas de tecnologia.
A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês) disse que vai avaliar se a Apple e o Google têm "status de mercado estratégico" em ecossistemas móveis e o impacto que tiveram sobre os usuários e sobre as empresas que desenvolvem conteúdo e serviços.
Sarah Cardell, diretora executiva da CMA, disse que ecossistemas móveis mais competitivos poderiam promover novas inovações e oportunidades em uma série de serviços que milhões de pessoas usam, sejam elas em lojas de aplicativos, navegadores ou sistemas operacionais.
"Uma melhor concorrência também poderia impulsionar o crescimento aqui no Reino Unido", disse ela.
Quase todos os smartphones vendidos no Reino Unido usam os sistemas operacionais iOS, da Apple, ou Android, do Google, e suas respectivas lojas de aplicativos e navegadores têm posições exclusivas ou de liderança em suas plataformas.
Eles poderiam, portanto, exercer influência considerável sobre conteúdo, serviços e desenvolvimentos tecnológicos, afirmou a CMA.
A Apple disse acreditar em "mercados prósperos e dinâmicos onde a inovação pode florescer", e que seu ecossistema sustenta centenas de milhares de empregos no Reino Unido.
"Enfrentamos a concorrência em todos os segmentos e jurisdições em que operamos, e nosso foco é sempre a confiança de nossos usuários", disse a empresa em comunicado.
O diretor sênior de concorrência do Google, Oliver Bethell, disse que a abertura de código do Android ajudou a ampliar opções, reduzir preços e democratizar o acesso a smartphones e aplicativos.
"É o único exemplo de um sistema operacional móvel de código aberto bem-sucedido e viável", disse ele.
O órgão regulador britânico disse que vai analisar a extensão da concorrência entre as empresas, se elas estão usando seu domínio para favorecer seus próprios aplicativos e serviços e se estão forçando desenvolvedores a aceitar termos injustos.
Essa é a segunda investigação da CMA utilizando seus novos poderes para fiscalizar big techs. A primeira, anunciada mais cedo este mês, teve como alvo os serviços de busca do Google.
O prazo para a investigação é 22 de outubro de 2025.