A adoção pela Apple da recarga sem fio da bateria do seu novo relógio pode ser um momento decisivo para uma tecnologia que tem sofrido no limbo há anos em meio a padrões concorrentes e confusão de consumidores.
Apoiadores do recarregamento sem fio de bateria veem um futuro no qual pessoas não se preocupam mais em completar a bateria de seus aparelhos; estão livres de cabos de energia embaraçados e avisos de bateria baixa, e onde termos como "tomada" e "conectado a cabo" serão tão anacrônicos quanto "discar" um telefone.
No entanto, embora a tecnologia já exista em grande parte para se alcançar isso, a concorrência para definir um padrão global está dificultando a sua entrega. Isso lembra as guerras das fitas Betamax contra VHS há três ou quatro décadas, ou a mais recente entre Blu-ray e HD DVD pela supremacia no formato de disco óptico de alta definição.
No momento existem três alianças, sem muito para mostrar. No ano passado, menos de 20 milhões de celulares foram vendidos com capacidade de recarga sem fio, segundo a consultoria em tecnologia IHS - menos de 2 por cento do bilhão de smartphones vendidos no mundo.
"Existe agora muitas abelhas em volta da colmeia", disse Omri Lachman, presidente-executivo da Humavox, uma startup israelense com sua própria tecnologia de recarga sem fios. "Até agora, não vimos um grande agrupamento de recarga de bateria sem fio em dispositivos. Há um bom motivo para isso: três padrões para o mesmo tipo de tecnologia".
Embora usuários claramente veem a recarga de aparelhos sem fios - com celulares, tablets e outros dispositivos sendo carregados ao deixá-los sobre uma plataforma ou outra superfície - como o natural próximo passo, alguns líderes da indústria alertaram que ainda ter de ligar o dispositivo de recarga na tomada pode ser trabalhoso para alguns. "Ter que criar outro dispositivo que você precisa ligar na tomada na verdade é, na maioria das situações, mais complicado", disse o vice-presidente da Apple, Phil Schiller, há apenas dois anos.
(Por Jeremy Wagstaff e Noel Randewich)