A Samsung Electronics deve divulgar um segundo trimestre consecutivo de queda de lucro, pressionada por perda de vigor na operação de celulares inteligentes sofisticados, uma tendência que deve fazer a empresa aprimorar o foco sobre contenção de custos e sobre o segmento de modelos mais baratos.
A maior fabricante de smartphones do mundo está contando com a quinta versão do celular Galaxy S, que começa a ser vendido globalmente na sexta-feira, para provar que a gigante sul-coreana da tecnologia segue inovadora.
Mas o Galaxy S5 teve uma recepção fraca na Coreia do Sul, onde o lançamento do aparelho foi prejudicado por uma proibição temporária sobre vendas de celulares por operadoras de telefonia e críticas sobre falta de recursos chamativos.
Em sinal dos desafios, a Samsung definiu o preço do S5 cerca de 10% mais barato que o S4, mesmo com as expectativas de que a Apple, sua principal rival, não vai atualizar sua linha de produtos até setembro. A companhia sul-coreana também reduziu campanha de marketing para manter os custos estáveis.
"Essa estratégia dá competitivade de preço, o que pode ajudar o volume de vendas e defender o lucro no geral", disse Lee Min-hee, analista do IM Investment.
"O Galaxy S5 não é algo que vai causar admiração dos investidores... e basicamente é o mesmo celular topo de linha neste momento. Os smartphones não oferecem mais inovação revolucionária e estão equiparados em certo ponto."
A esse respeito, o Galaxy S5 marca uma grande mudança para a Samsung, que está deixando de dar ênfase em inovação de hardware para ressaltar recursos como design polido.
JK Shin, co-presidente-executivo e diretor da área de mobilidade da Samsung, chamou a estratégia de "de volta ao básico", na expectativa de que ela ajude a maior companhia de tecnologia do mundo em receita e a conter custos de componentes e tornar seus produtos mais chamativos a um público mais amplo.
A expectativa média de 40 analistas consultados pela Thomson Reuters I/B/E/S indica uma queda anual de 3% no lucro operacional da Samsung no trimestre de janeiro a março, para 8,5 trilhões de wons (US$ 8,1 bilhões).