Você está navegando nas redes sociais e se depara com uma oferta tentadora: um smartphone de última geração sendo vendido por um preço inacreditável. Ou então, em meio à correria do dia a dia, recebe uma mensagem no WhatsApp de um número desconhecido, que diz:
"Oi! Tô com um problema no meu celular, esse é meu número novo. Preciso pagar uma conta urgente, você pode me ajudar?". Em casos como esses, a dúvida que surge é crucial: "Será que é golpe?".
“Os golpes digitais estão cada vez mais sofisticados e convincentes”, afirma o doutor em Engenharia da Informação e coordenador dos cursos de tecnologia da Universidade Cruzeiro do Sul, Giulio Guiyti Rossignolo.
Em entrevista ao Terra, o especialista explica que quando a pauta é golpes online, a tática principal dos golpistas é a pressa, buscando induzir a vítima a agir impulsivamente, antes de pensar.
Mas como evitar cair nessas ciladas?
Segundo Rossignolo, o primeiro passo é sempre questionar. “Bancos não solicitam códigos de segurança pelo WhatsApp. Empresas de cartão de crédito não ligam para pedir senhas. E nenhum conhecido troca de número e, na mesma hora, pede dinheiro. Diante de abordagens elaboradas, é natural hesitar”, afirma.
"Por isso, sempre desconfie de pedidos de Pix inesperados, mesmo que venham de um amigo. Antes de transferir qualquer valor, confirme diretamente com a pessoa por outro meio de comunicação, como uma ligação para o número antigo. Se receber uma mensagem de um número novo alegando ser alguém conhecido, redobre a atenção."
Giulio Guiyti Rossignolo, doutor em Engenharia da Informação
Além disso, o especialista recomenda estar sempre alerta quando receber supostas ligações de banco informando sobre clonagem de cartão.
“Golpistas podem pedir para você confirmar um código enviado por SMS ou até mesmo dizer que um motoboy irá buscar o cartão em sua casa por "segurança". Nenhum banco age dessa forma. Ao receber esse tipo de contato, desligue imediatamente e ligue diretamente para o número oficial da sua instituição financeira”, sugere.
Saiba identificar links perigosos
Links falsos são alguns dos métodos preferidos dos golpistas, de acordo com o especialista. Mensagens com descontos exclusivos ou pedidos repetidos de atualização de dados podem esconder links fraudulentos.
“Um site legítimo nunca terá um endereço estranho nem solicitará senhas logo na página inicial. Antes de clicar, procure o nome da empresa no Google e acesse o site oficial por conta própria”, ele afirma.
Estratégia é a pressão
“Não se deixe intimidar por alegações de pagamentos imediatos obrigatórios. Golpistas se valem do medo para pressionar, seja através de ligações ameaçando cortar a internet, boletos falsos de contas vencidas ou SMS alertando sobre a suspensão da CNH. Sempre verifique as informações diretamente nos canais oficiais das empresas ou órgãos responsáveis", explicou Rossignolo.
Golpes digitais fizeram 40 milhões de vítimas entre 2023 e 2024
Segundo uma pesquisa divulgada pelo Senado Federal, golpes digitais vitimaram 24% dos brasileiros com mais de 16 anos entre outubro de 2023 e outubro de 2024.
Mais de 40,85 milhões de pessoas perderam dinheiro no período em função de algum crime cibernético, como clonagem de cartão, fraude na internet ou invasão de contas bancárias.
Atualmente, os golpes mais comuns envolvem mensagens e redes sociais para enganar as vítimas. Fraudes via Pix, onde criminosos se fazem passar por conhecidos ou empresas solicitando transferências urgentes, são recorrentes. Também são comuns ligações simulando atendentes de bancos, pedindo dados e senhas de cartão.
“Em situações de dúvida, respire fundo e questione. O tempo é seu maior aliado. Nenhuma empresa séria exige decisões imediatas, e nenhum conhecido verdadeiro se ofenderá se você buscar confirmar sua identidade antes de realizar um Pix. No mundo digital, desconfiar é sempre a melhor escolha”, afirma Rossignolo.
Foi o que aconteceu com a comunicadora Talita Martins, 30. Ela se deparou com a oferta de venda de um celular de marca por 30% do valor de mercado.
"O vendedor me levou para dentro de uma galeria no centro de São Paulo e me fez fazer um Pix de R$ 2.600, alegando que buscaria o celular no depósito. Sumiu pela outra saída."
Talita Martins, vítima de um golpe
Ela registrou boletim de ocorrência, mas não recebeu o dinheiro de volta. “Ouvi de vendedores do local que esse golpe é comum ali”, diz.
Recursos de segurança
O antivírus McAfee oferece a ferramenta Anti-Theft, que não apenas rastreia o aparelho como também faz toda a operação para bloqueá-lo remotamente e proteger arquivos.
Se você tem o antivírus, utilize a página inicial da web para bloquear seu dispositivo em caso de perda ou roubo e proteger seus arquivos. Se não tem, pode garantir ao assinar Terra Segurança Digital.