Francisley Valdevino da Silva, conhecido como "Sheik dos Bitcoins", foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira, 3, em operação da Polícia Federal em Curitiba, após descumprir medidas cautelares diversas impostas pela Justiça Federal. Ele era investigado por ser suspeito de comandar uma organização criminosa de fraudes com criptoativos no Brasil e no exterior.
A defesa de Silva, representada pelo advogado Eduardo Kuntz, afirmou que, por ora, não iria se pronunciar sobre o caso. Ele informou estar na Alemanha e que iria se reunir com o seu cliente no fim de semana e na próxima segunda-feira para definição dos próximos passos.
Silva não tinha autorização para continuar a administrar suas empresas ou atuar em qualquer tipo de gestão do seu grupo econômico. A polícia concluiu, no entanto, que Silva passou a realizar encontros frequentes com funcionários de suas empresas na sua residência em Curitiba, dias após a deflagração da Operação Poyais, no dia 6 de outubro deste ano.
Segundo a polícia, o investigado recebeu visitas da gerente financeira de seu grupo e do designer gráfico das plataformas virtuais, demonstrando que a organização continuava ativa. "Demonstrou-se que os encontros do investigado com funcionário da área de criação de plataformas virtuais se destinavam a criação e manutenção de outros sistemas virtuais ativos, comercializados pela organização criminosa com terceiros", escreveu a Polícia Federal em nota.
Operação Poyais
Durante a Operação Poyais, a polícia concluiu que o grupo também confeccionava e comercializava plataformas e sistemas virtuais para terceiros interessados na prática de crimes semelhantes.
Recentemente, duas pessoas foram condenadas por crimes contra o sistema financeiro a partir de fraude envolvendo a comercialização de criptomoedas, na Operação Bad Bots, também deflagrada pela Polícia Federal no Paraná. Durante a investigação, a Polícia concluiu que o sistema virtual usado para as fraudes foi criado e mantido pela organização de Silva.