Alguns usuários que estão na lista de espera do Starlink, serviço de conexão com a internet via satélite criado pelo bilionário Elon Musk, começaram a receber uma oferta inesperada por e-mail. Segundo os relatos dos usuários, foi oferecido um plano chamado Starlink Global Roaming por US$ 200 mensais (aproximadamente R$ 1033,00) — inclusive em países onde a empresa ainda não opera.
A SpaceX, empresa que opera o Starlink, cobra hoje US$ 110 pela conexão residencial via satélite nos Estados Unidos. Apesar da nova oferta ser um pouco mais cara, ela promete conexão à internet no mundo todo. Além da mensalidade, a companhia exige também a compra do kit por US$ 599.
Pioneirismo tem um custo
Por se tratar de uma tecnologia ainda experimental, o e-mail recebido pelos usuários faz um alerta de instabilidade: “Global Roaming faz uso dos links entre satélites da Starlink (também conhecidos como lasers espaciais) para fornecer conectividade em todo o mundo. Como esta é uma nova tecnologia, você pode esperar o serviço típico de alta velocidade e baixa latência da smisturado com breves períodos de pouca conectividade, ou nenhuma”.
Em alguns testes em países europeus, a internet de Elon Musk conseguiu uma conexão acima de 100Mbps em cinco países: Portugal, Holanda, Áustria, França e Bélgica. Os testes no Brasil também ofereceram uma velocidade semelhante aos testes na Europa.
Ainda não está claro também como a SpaceX cumprirá a promessa de conectividade global. O acesso à internet via Starlink depende de aprovação do governo de cada país. Alguns usuários que moram em países onde a Starlink ainda não tem essa autorização receberam o e-mail com a oferta de roaming global.
O Starlink é uma revolução?
O serviço criado por Elon Musk opera com satélites em órbita baixa — a um pouco mais de 500km de altitude — que prometem uma conexão mais rápida e estável do que as opções tradicionais de internet via satélite.
A SpaceX já lançou mais de 2 mil satélites para a rede Starlink. A Federal Communications Commission (FCC), responsável pela regulação das telecomunicações nos EUA, já autorizou o lançamento de mais 7.500 satélites em órbita.
A comunidade científica 3 incluindo a Nasa — já sinalizou preocupação com o número de equipamentos da Starlink orbitando o planeta. Em 2020, cerca de 20% das imagens captadas por telescópios registraram interferências de satélites como os de Musk.