O Candela "Nova" P-12, a primeira balsa hidrodinâmica global, iniciou suas operações recentemente em Estocolmo, na Suécia. A meta principal é erradicar as emissões do sistema de transporte público da cidade, diminuindo em 50% o tempo de viagem.
Com asas de hidrofólio controladas por computador, que elevam o casco acima do nível da água, a embarcação reduz o uso de energia em 80% em relação às embarcações tradicionais, ao diminuir o atrito com a água.
O fundador e CEO da Candela, Gustavo Hasselskog, explica que isso é uma mudança de paradigma para o transporte urbano e uma revitalização das hidrovias.
“Para Estocolmo — e potencialmente para o mundo — isso pode sinalizar um futuro em que o transporte aquático urbano é sustentável, acessível e mais rápido do que viajar de carro. Os navios convencionais não evoluíram muito em 100 anos e estão entre os modos de transporte menos eficientes em termos de energia, rivalizados apenas por um tanque de guerra.”
A dificuldade com as embarcações de alta velocidade é que elas consomem grandes quantidades de energia ao se moverem em altas velocidades na água. Isso complica a eletrificação, já que sua abrangência é restrita mesmo com baterias de grande capacidade.
Os cerca de 70 navios de transporte público de Estocolmo consomem mais combustíveis fósseis do que todos os ônibus e trens da cidade em conjunto, mesmo representando uma fração mínima do número total de passageiros.
Outro aspecto a levar em conta é o custo elevado e a lentidão do transporte marítimo, já que as embarcações formam grandes esteiras, restringindo sua velocidade no centro urbano. A região de Estocolmo visa converter todas as embarcações para energia renovável, estabelecendo objetivos para minimizar as emissões de poluentes.
O Candela P-12 utiliza tecnologia de hidrofólio para lidar com esses desafios. Como a "Nova" se desloca acima da água, ao contrário das embarcações tradicionais, ele deixa um rastro mínimo. Portanto, a balsa pode navegar a velocidades elevadas dentro das fronteiras da cidade, enquanto outras embarcações são limitadas por normas de rastreamento.
A balsa opera com energia 100% renovável e produz um ruído mínimo, mesmo a altas velocidades, graças aos seus motores elétricos C-POD sem transmissão por corrente.
"Pela primeira vez, há uma embarcação que torna o transporte aquático mais rápido, mais ecológico e mais acessível do que o transporte terrestre. É um renascimento para as hidrovias do mundo, e é emocionante que Estocolmo esteja liderando o caminho", finalizou Gustav Hasselskog em comunicado.