Supostas vacinas para covid são vendidas por até R$ 6,8 mil

Em países como França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, criminosos tem vendido doses não certificadas pela internet

4 mar 2021 - 19h03
(atualizado às 19h17)

A corrida para a vacinação em massa de diversos países tem feito muitas pessoas procurarem na internet outras formas de obter a dose contra a covid-19. Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, isso tem levado criminosos comercializar por até US$ 1,2 mil supostas vacinas em sites da dark web, parte da internet que só pode ser acessada por meio de navegadores especiais.

AstraZeneca alertou que só negocia com governos a venda de vacinas anti-Covid
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Foto: EPA / Ansa

A Kaspersky identificou 15 mercados diferentes de venda de vacina supostamente das empresas Pfizer/BioNTech, AstraZeneca e Moderna. Os golpes estão concentrados em países como França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, e cada um dos grupos pode ter feito até 500 transações. Cada dose custa em torno de US$ 250 a US$ 1,2 mil e o pagamento é feito por criptomoedas — geralmente bitcoins. Os criminosos estão utilizando chats com criptografia para burlar fiscalização.

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Além de configurar uma forma ilegal de distribuição da vacina, os criminosos estão vendendo doses não certificadas, ou seja, não é possível saber quais são verdadeiras e quais são falsas. De acordo com a Kaspersky, em muitos países, a venda dessas vacinas pode ser resultado de materiais restantes de laboratórios.

"No momento, além de estarem vendendo doses das vacinas, também disponibilizam registros de vacinação, ou seja, documentos que podem ajudar você a viajar livremente. É importante que os usuários tenham muito cuidado com as "ofertas" relacionadas à pandemia e, claro, nunca é recomendável comprar vacinas na dark web", afirma Dmitry Galov, especialista em segurança da Kaspersky.

No Brasil ainda não foi identificado nenhum grupo dentro desses mercados que comercializam vacinas com pagamentos em criptomoedas. Por aqui, um projeto de lei foi apresentado no início de janeiro para punir quem não respeitar a ordem dos grupos prioritários na hora da imunização. Em São Paulo, furar a fila para receber a vacina é crime, sob multa de até R$ 100 mil.

Nos últimos oito meses, o número de sites com alguma menção à palavra "vacina" no domínio aumentou em mais de 300% em todo o mundo, revelou uma pesquisa da Check Point Research, empresa de cibersegurança. São pouco mais de 7 mil novos domínios identificados pela empresa desde novembro de 2020 e 294 deles são considerados "potencialmente perigosos e de alto risco".

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Para não cair em golpes de venda de vacinas é necessário ficar atento aos e-mails, mensagens e links recebidos nas redes sociais. Olhar o endereço da URL é uma das recomendações para reconhecer sites perigosos — a terminação de sites do governo brasileiro é sempre .gov.br. Além disso, desconfie de mensagens sobre vacinação que não venham de algum órgão público federal, estadual ou municipal. E lembre-se: não existe venda de vacina em setores privados no Brasil. Qualquer oferta relativa às doses contra a covid-19 podem ser falsas e comprar artigos do tipo é prática ilegal.

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