O 'Oumuamua, primeiro objeto interestelar já descoberto em nosso Sistema Solar, gera desde 2017 diversas especulações entre cientistas. Alguns suspeitavam se tratar de um objeto alienígena. Mas, cientistas defendem em novo estudo que o corpo celeste tem origem natural.
Quando foi descoberto, 'Oumuamua chamou a atenção com suas características. Com 400 metros de comprimento, sua largura era dez vezes menor e sua superfície era avermelhada. Ele girava rapidamente, tinha uma trajetória caótica e seu brilho mudava de maneira abrupta.
Um novo estudo, divulgado nesta quarta-feira (22) na revista científica Nature, assegura que 'Oumuamua é na verdade um objeto natural.
A pesquisa sugere que os muitos anos do objeto no espaço interestelar o deixaram com uma abundância de hidrogênio molecular, que foi transformado em gás na presença do Sol.
Este mecanismo específico poderia finalmente explicar a aceleração de Oumuamua e a falta de sinais característicos dos chamados eventos de “desgasificação”, associados a explosões de velocidade semelhantes observadas em objetos do sistema solar.
A explicação dos cientistas esclarece porque o objeto tem alguns comportamentos estranhos, como seu intrigante aumento de velocidade ao atravessar o sistema solar.
“Dadas as informações que temos, acho que esta é nossa melhor esperança de explicar Oumuamua sem ter que recorrer a ideias mais sensacionais ou, como poderíamos dizer na comunidade científica, ideias “afinadas'", disse Jennfer Bergner, professor assistente de química na Universidade de Berkeley, que liderou o estudo, em entrevista ao site Motherboard.
“A conclusão é que fecha o livro sobre o debate feroz de cinco anos sobre o que era ‘Oumuamua”, disse Darryl Seligman, pesquisador de pós-doutorado na Cornell University e coautor do estudo, ao Motherboard.
“Mas abriu completamente o que esses objetos interestelares vão nos dizer sobre a formação do planeta. É o começo de um campo inteiramente novo”, acrescentou o cientista.