"Eu avisei vocês sobre Inteligência Artificial", diz James Cameron.
Em uma entrevista recente, ele disse que "a militarização da IA é o maior perigo... Se não produzirmos, outros países com certeza vão. E então isso só tende a aumentar."
Não é viagem de Cameron. Nos últimos meses, só cresce o debate sobre o potencial da IA ser usada para fins militares. Alguns especialistas alertam que a IA pode ser usada para criar armas autônomas, que poderiam matar sem intervenção humana.
Filmes de Cameron como as franquias “Exterminador do Futuro” e “Avatar” exploraram os perigos potenciais da IA e da tecnologia fora de controle, sem restrições éticas, totalmente desregulamentada.
Nos filmes “Terminator”, é a IA que toma consciência e se levanta contra a humanidade para nos eliminar. Em “Avatar”, são os humanos que exploram os recursos de um planeta habitado por uma raça alienígena menos avançada tecnologicamente.
Mas tem o outro lado. Cameron é um dos cineastas que mais fez avançar o uso de tecnologia para filmar. Chegou a ter seu próprio estúdio de imagens geradas por computador (CGI).
Seus filmes ilustram maravilhosamente o potencial da tecnologia - e da IA - para criar experiências imersivas e realistas. Mas e as histórias? Cameron disse essa semana que não têm interesse por roteiros gerados por IA, "eles não têm emoção".
Cameron se contradiz? Ou justamente por sua experiência e pioneirismo é que devemos prestar atenção no que fala?
Você decide...
(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, de soluções digitais.