A indústria passa por uma transformação impulsionada por tecnologias disruptivas, como inteligência artificial e manufatura avançada, trazendo desafios e oportunidades para o futuro.
A indústria atravessa uma transformação sem precedentes, impulsionada por tecnologias disruptivas que estão redefinindo produção, processos e interação com produtos. Daniel Scuzzarello, CEO da Siemens Digital Industries Software para América do Sul, destaca o papel dessas inovações e os desafios da digitalização.
No centro dessa revolução, está a inteligência artificial, que aprende, reconhece padrões e toma decisões autônomas. “Essa tecnologia resolve problemas com interpretação de dados e contexto, abrindo possibilidades para máquinas autônomas ou colaborativas”, explica Scuzzarello. Outro avanço é o gêmeo digital, uma réplica virtual de um produtos ou processo, permitindo simulações que otimizam desempenho, reduzem custos e mitigam riscos.
A manufatura avançada é um novo pilar. Possibilita criar, de forma rápida e econômica, peças flexíveis, interoperáveis e escaláveis inspiradas na natureza. Segundo Scuzzarello, a manufatura aditiva pode fornecer produtos industriais mais leves, com performance otimizada e pegada de carbono reduzida e potencialmente mais baratos. A automação, por sua vez, libera trabalhadores de tarefas repetitivas para funções criativas e estratégicas.
Nesse cenário, plataformas low code ganham força ao viabilizar o desenvolvimento de software com mínima codificação, simplificando processos, democratizando acessos e reduzindo custos. “Já é possível incorporar inteligência artificial generativa a essas soluções”, aponta o executivo.
Scuzzarello ressalta, ainda, a relevância de tecnologias sustentáveis na infraestrutura e na energia, com foco na redução de impactos ambientais. "Além disso, a experiência do usuário está no centro das estratégias de negócios, com a busca por produtos e serviços intuitivos e personalizados.”
Outro fator crítico é a conectividade, base da Internet das Coisas (IoT), que habilita a interconexão de dispositivos. “A computação em borda também desempenha um papel importante, tornando possível o processamento de dados mais perto da fonte, o que reduz a latência e melhora a segurança”, avalia o líder da Siemens Software.
O CEO elenca três facilitadores da inovação: sistemas e processos de software de digitalização para gerenciar instalações; circuitos integrados, essenciais para diversos sistemas; e eletrônica de potência, que otimiza o controle de energia. Além disso, a cibersegurança é fundamental para proteger dados, garantindo a continuidade dos negócios.
Para Daniel Scuzzarello, o futuro industrial será marcado por máquinas autônomas, equipamentos de produção modulares e sistemas autoconscientes colaborativos. Porém, ele alerta: “Estamos diante de uma montanha de dados. Escalar essa montanha para extrair o ouro que ela esconde é o grande desafio e a maior oportunidade da nossa geração. A convergência tecnológica nos permitirá transformar dados em conhecimento, e conhecimento em ação. É hora de abraçar a inovação com ousadia para construir um futuro conectado, eficiente e inteligente”, reflete.