A Telefônica Brasil, líder em telefonia móvel no Brasil e dona da marca Vivo, teve avanço de mais de 30% em seu lucro líquido no terceiro trimestre, beneficiada por menor depreciação, ganhos fiscais e avanço das receitas de dados.
O lucro do período de julho a setembro subiu 34,5% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado e chegou a R$ 1,022 bilhão, informou a empresa nesta terça-feira. Já a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve avanço de 7% sobre o mesmo trimestre do ano passado e chegou a R$ 2,548 bilhões.
Analistas, em média, esperavam Ebitda de R$ 2,57 bilhões e lucro líquido de R$ 932 milhões, segundo pesquisa da Reuters.
"Mostramos crescimento sólido no segmento de pós-pago, que está crescendo 23% ano a ano, e crescimento do percentual de participação dos dados no total da receita (de serviços móveis), com 38%", disse o diretor-geral da operadora, Paulo Cesar Teixeira, em conferência com jornalistas.
O lucro líquido da companhia controlada pela espanhola Telefónica também foi puxado por recuo de 4,3% na linha de depreciação e amortização, a R$ 1,31 bilhão, principalmente em função do ganho obtido em revisão periódica de vida útil de ativos imobilizados.
Além disso, a companhia registrou ganhos fiscais gerados na declaração de juros sobre capital próprio no período, informou.
Crescimento da receita
Entre julho e setembro, a receita operacional líquida da Telefônica Brasil subiu 1,2% sobre igual trimestre do ano passado, a R$ 8,72 bilhões. Enquanto isso, a receita operacional móvel avançou 3,5%, a R$ 5,94 bilhões. O faturamento com serviços fixos caiu 3,2%, a R$ 2,79 bilhões.
A base de linhas celulares cresceu 4,2% no trimestre, para 79,823 milhões, com aumento de 22,8% na base de usuários pós-pagos e declínio de 3,4% nos clientes pré-pagos, menos rentáveis.
A receita média por usuário (Arpu) fechou o período estável sobre o ano anterior, a R$ 23,60 por mês, com a alta de 16,2% da Arpu de dados compensando o declínio de 8,1% na Arpu de voz.
A companhia reduziu os investimentos em 16,6% na comparação anual, a R$ 1,559 bilhão no terceiro trimestre.
O grupo encerrou setembro com dívida líquida de R$ 1,45 bilhão, equivalente a 0,14 vez o Ebitda no acumulado dos resultados dos últimos 12 meses.
A empresa, que participou do leilão da frequência de 700 MHz da telefonia de quarta geração (4G) em setembro, deverá assinar, nos próximos dias, contrato com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para formalizar a aquisição do espectro.
Segundo o diretor-financeiro da operadora, Alberto Horcajo, o pagamento da frequência será feito à vista, assim que o contrato for assinado. A Telefônica Brasil realizou lance mínimo de R$ 1,928 bilhão pelo lote 3 no leilão do 4G.
Movimentações do mercado
Teixeira evitou fazer comentários sobre as perspectivas de consolidação no mercado de telecomunicações brasileiro. Sobre a eventual oferta conjunta de compra da TIM com a Claro, e a Oi, o executivo declarou que "já respondeu em nota oficial" à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No fim de outubro, a Telefônica Brasil disse que "desconhecia a existência de acordo" para oferta de compra da TIM.
O executivo declarou também que a empresa está cumprindo todas as etapas necessárias para atender requisitos regulatórios e legais após a compra da operadora de banda larga GVT, fusão pendente de autorização dos órgãos reguladores.
Em setembro, o grupo francês de mídia Vivendi concluiu um acordo para vender a GVT para a Telefónica por dinheiro e ações no valor de cerca de 7,2 bilhões de euros (US$ 9,29 bilhões).