O planeta Trappist-1, localizado fora do Sistema Solar, e identificado pelos cientistas como sendo semelhante à Terra, está ajudando a desenvolver uma estrutura para determinar se exoplanetas podem abrigar vida e será intensamente estudado pelo telescópio espacial James Webb (JWST).
Ele é um dos sete planetas do sistema Trappist-1 que orbitam uma estrela anã localizada a 39 anos-luz da Terra. Todos possuem estrutura terrosa ou rochosa e têm tamanhos parecidos com os do nosso planeta azul. Por isso, o sistema é utilizado para estudar possibilidades de formas de vida além da nossa.
A nova pesquisa, publicada na revista científica Astrophysical Journal, usou um computador para simular o clima do Trappist-1, que é quase do mesmo tamanho da Terra – com 40% a menos de massa. Ele fica em uma região ao redor de sua estrela chamada “zona habitável” em que as temperaturas são ideais para a existência de água.
Testes e reação do exoplaneta
A equipe de cientistas avaliou como o exoplaneta reage ao aumento de gases de efeito estufa e ao efeito do dióxido de carbono e comparou o Trappist-1 com a Terra.
“Essas duas variáveis são cruciais para a existência de vida em outros planetas, e agora estão sendo estudadas em profundidade pela primeira vez na história”, disse o líder do projeto e professor do Instituto Fredy & Nadine Herrmann de Ciências da Terra da Universidade Hebraica de Jerusalém (HU), Assaf Hochman.
Na comparação, o Trappist-1 apresentou uma atmosfera mais sensível aos gases, o que significa que um aumento deles poderia levar a consequências mais drásticas do que na Terra.
Essa maior sensibilidade pode ser porque o Trappist-1 está ligado de forma fixa à sua estrela, ou seja: apenas um lado do exoplaneta está virado para a estrela, que seria o “dia”, recebendo sempre radiação, ao contrário da Terra, que gira ao redor do Sol.
"A estrutura de pesquisa que desenvolvemos, juntamente com dados observacionais do JWST, permitirá que os cientistas avaliem eficientemente as atmosferas de muitos outros planetas sem ter que enviar uma tripulação espacial para visitá-los fisicamente", espera Hochman.
Ele também acredita que o desenvolvimento das análises e os dados do JWST ajudarão a tomar decisões no futuro sobre quais planetas são bons para a colonização humana ou até mesmo para encontrar vida.
A observação sobre como o Trappist-1 reage às mudanças climáticas também pode nos auxiliar a entender como a atmosfera da Terra pode mudar no futuro, segundo os cientistas.