Tendências de trabalho: o que será relevante em 2024?

14 nov 2023 - 03h22

Mais um ano está chegando ao fim e é hora de todo mundo começar a pensar nas resoluções para os próximos 12 meses. No caso da carreira, a situação não é diferente, afinal de contas o universo profissional está cada vez mais dinâmico — tudo muda em questão de poucos meses. 

Isso tem levado as pessoas a adotarem uma postura mais resiliente, de modo que funções e cargos vêm sendo revisados sem que a gente menos perceba. Apesar disso, as tendências de trabalho de 2024 vêm na esteira de mudanças que rolaram em 2023. 

Enfim, veremos influência da inteligência artificial, digitalização e foco no desenvolvimento de carreira. Mas não para aí. A gente procurou (e achou) insights, estudos e análises que indicam as demais respostas.  Veja só!

 Profissões com alta demanda 

A pesquisa global "Guia de Salário 2024", da consultoria Robert Half, indica que o otimismo reina entre as empresas: 54% das entrevistadas disseram estar mais confiantes em seu crescimento em comparação a 2023. A mesma quantidade afirmou que pretende abrir vagas de emprego permanentes. 

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) aponta cargos que foram mais bem-pagos em 2023 e que vão continuar relevantes para os próximos 10 anos: 

  • Desenvolvedor de software 
  • Administrador ou gestor de dados 
  • Desenvolvedor de páginas de páginas da internet e multimídia 
  • Matemáticos e estatísticos 
Cargos ligados ao desenvolvimento de software, análise de dados e estatística se mantêm em alta nos próximos anos.
mulher trabalhando programação
mulher trabalhando programação
Foto: Tecmundo

Mas e outras áreas? Dentre várias funções, o levantamento do Robert Half ressalta maior interesse em profissionais ou especialistas em: 

  • Business Intelligence 
  • Gerente comercial 
  • Analista de marketing 
  • Vendas técnicas 
  • ESG 
  • Gerente de projetos 
  • Engenharia de automação 
  • Generalista de RH  
  • Administração de pessoas 
  • Gerente de finanças 

 Home office, híbrido ou presencial: qual vence? 

A pesquisa "Panorama de sentimentos das lideranças", feita no Brasil pela Sputnik, aponta que 80% das empresas retornaram para o presencial de maneira completa ou parcial. Mas, na análise da escola corporativa, esse não deve ser o fim do trabalho remoto, como se fala por aí. 

E o que muda? O formato adotado vai depender de uma série de fatores, como modelo de negócios e tipos de cargos predominantes. Pode inclusive rolar negociação entre os times e a empresa ou entre a empresa e novos contratados. 

Antes da pandemia já havia uma tendência global em relação ao home office e modelo remoto, impulsionada por cargos de tecnologia, comunicação, marketing, finanças, atendimento etc. É partir disso que surgiram, em parte, os nômades digitais. 

Já dados do Google Trends indicam aumento dos global workers ou interesse de profissionais brasileiros por "vagas de emprego remoto no exterior", o que só reforça esse movimento. Ao mesmo tempo, vários estudos (que já destacamos no The BRIEF em 2023) apontam que a ausência de home office seria motivo para se buscar emprego em terras internacionais. 

Os global workers impulsionam busca por trabalho home office

trabalhador home office
Foto: Tecmundo

 Habilidades e comportamento no trabalho 

O estudo "Panorama de carreiras", encomendado pela empresa brasileira de tecnologia TOTVS, trouxe insights sobre profissões e habilidades que terão relevância no país até 2030. Foram entrevistadas 477 pessoas do Universo TOTVS 2023, evento voltado para tecnologia, inovação e negócios. 

Hard skills 

Nas hard skills (habilidades técnicas), a inteligência artificial apareceu em primeiro lugar (48%), o que faz sentido diante do hype e altos investimentos sobre esse modelo. Em seguida, foram citadas as capacidades de análise de dados (40%), análise de negócios (26%), gerenciamento de projetos (23%), programação (23%) e cibersegurança (20%). 

 Soft skills 

Já quanto às soft skills (habilidades comportamentais), os participantes da pesquisa da TOTVS indicaram: 

  • Inteligência emocional (41%) 
  • pensamento analítico e crítico (31%) 
  • Saber trabalhar em equipe (27%)  
  • Criatividade (25%) 

Essas impressões não exclusividade dos participantes da pesquisa mencionada. Isso por as mesmas habilidades também apareceram no relatório "Future of Jobs Report 2023", do Fórum Mundial Econômico, assim como falamos em edições do The BRIEF e The BRIEFCast. Além dessas, devem continuar em alta a busca por desenvolvimento profissional e suas vertentes: 

  • Reskilling - quando alguém procura aprender novas habilidades para se requalificar conforme demandas do mercado de trabalho ou dentro de empresa em que trabalha. 
  • Upskilling - quando uma pessoa busca aprofundar ou aprimorar o conhecimento dentro de sua área de atuação. Ou seja, aqui o aprendizado ganha tons analíticos e/ou de liderança. 
  • Lifelong learning (aprendizado ao longo da vida em PT-BR) - o conceito tem relação com o aprimoramento profissional para além da educação formal e de maneira contínua. Tem tudo a ver com cursos, palestras, leitura, podcasts, vídeos e outras possibilidades de aprendizado. 
  • Desenvolvimento de ou para lideranças - as demissões em massa (layoffs) levaram as empresas a investirem nos funcionários que não foram desligados com cursos e treinamentos. Dessa forma, seria possível garantir seu crescimento de carreira e atender as demandas dos negócios. Algo que se mantém em 2024. 
Programas de treinamento e trilhas de conhecimento devem se fortalecer em 2024 nas empresas
equipe planejamento
Foto: Tecmundo

 Geração Z influencia mercado de trabalho 

A Geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010) vem impulsionando várias discussões e tendências do mundo do trabalho, como o quiet quitting. Segundo uma análise da consultoria McKinsey, até 2025 essa turma representará 25% da força de trabalho.  

Assim como qualquer geração, a Gen Z procura se distanciar das demais, em especial dos millennialsnascidos entre o começo da década de 1980 e metade da década de 1990. A ideia, pelo menos agora, é questionar padrões e modelos de trabalho que sejam muito tradicionais, fugindo dos perrengues financeiros enfrentados pela geração anterior. 

A turma mais jovem é inclusive mais propensa a trocar de emprego, pois está sempre atrás de oportunidades melhores. E isso não se resume somente ao salário como também bem-estar (equilíbrio entre vida pessoal e trabalho). 

Evidencia-se o desafio para líderes que lidam com diferentes gerações à medida que a Gen Z avança na carreira. Os próximos meses também serão de planejamento de práticas de experiência do funcionário (employee experience), caso o foco seja retenção de talentos. 

*Este é um conteúdo exclusivo The BRIEF, newsletter de tecnologia, negócios e comportamento, para meu irmão TecMundo. Curtiu? Assim aí! 

TAGS
É fã de ciência e tecnologia? Acompanhe as notícias do Byte!
Ativar notificações