Terapia gênica pode rejuvenescer o coração em 10 anos, sugere estudo

Cientistas alegam ter descoberto uma forma de rejuvenescer o coração em 10 anos, a partir de nova terapia genética. O DNA de centenários serviu de inspiração

25 jan 2023 - 13h22
(atualizado às 16h25)

Cientistas britânicos e italianos investigam, há mais de 10 anos, os genes associados ao envelhecimento saudável em idosos centenárias. Baseados nessas descobertas, o grupo testa formas de rejuvenescer o coração, a partir de um novo tipo de terapia gênica que corrige o DNA do indivíduo, modificando uma variante do gene BPIFB4. A solução tem, teoricamente, a capacidade de rejuvenescer o coração em 10 anos, mas ainda deve ser experimentada em humanos.

Publicado na revista científica Cardiovascular Research, o estudo sobre a possibilidade de rejuvenescer o coração é liderado por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e pelo centro de estudos IRCCS Multimedica, na Itália. Por enquanto, testes com a nova terapia gênica foram realizados com roedores e células humanas.

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"Nossas descobertas confirmam que o gene mutante saudável pode reverter o declínio do coração em pessoas mais velhas, com genes 'ruins'", afirma Paolo Madeddu, um dos autores do estudo e professor de Bristol, em comunicado. Com isso, o risco de doenças ligadas ao envelhecimento, como insuficiência cardíaca, é reduzido.

Como a terapia gênica pode rejuvenescer o coração?

Foto: Alexandru Acea/Unsplash / Canaltech

Por enquanto, apenas testes pré-clínicos foram realizados com a nova terapia gênica que hipoteticamente pode rejuvenescer o coração. No primeiro momento, experimentos foram realizados com células do tecido cardíaco, retiradas de pacientes idosos que não continham a mutação associada à longevidade e apresentavam insuficiência cardíaca, in vitro.

Neste ponto, "observamos um processo de rejuvenescimento celular. As células cardíacas dos pacientes idosos com insuficiência cardíaca voltaram a funcionar adequadamente, mostrando-se mais eficientes", afirma Monica Cattaneo, do IRCCS Multimedica.

No experimento com roedores, os resultados foram ainda mais promissores. Segundo os autores, após uma única administração da terapia, já era possível observar os efeitos em camundongos de meia-idade. Entre eles, os corações exibiam alterações similares daquelas observadas em pacientes idosos com 100 anos ou mais, como se o novo gene tivesse retrocedido o relógio biológico do coração em dez anos.

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Agora, mais pesquisas devem ser realizadas pelo grupo, e devem ser avaliadas questões de segurança e de eficácia do tratamento. No futuro, é possível que humanos sejam recrutados para os testes, mas, por enquanto, ainda não há nenhum tipo de previsão.

Fonte: Cardiovascular Research e Universidade de Bristol    

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