Cientistas descobriram que os lagos de Titã, a maior Lua de Saturno, são feitas de metano e etano em suas formas líquidas. O estudo sobre o assunto foi publicado na revista científica Nature Communications nesta terça-feira (16).
Os elementos ficam líquidos por conta da temperatura média da superfície do planeta, que é de cerca de -179°C.
Em outras pesquisas, foram usadas medições de radar da espaçonave Cassini, da Nasa, que orbitou Saturno entre 2004 e 2017. Os dados mostravam diferenças nas propriedades dos lagos, como a composição e as ondas na superfície, mas não tinha como diferenciar cada um.
Agora, os cientistas mapearam a composição e a superfície dos lagos e mares da Lua, mas desta vez, usaram uma técnica de radar diferente. Eles descobriram que há uma quantidade crescente de etano conforme se viaja do polo norte do planeta para baixo.
“Quanto mais ao norte você vai, mais limpos e puros são os mares; eles são mais dominados pelo metano”, disse um dos autores do estudo, Valerio Poggiali, que é da Universidade de Cornell, em Nova York, ao portal NewScientist.
Novo método
Em medições anteriores, foram usados os sinais emitidos e recebidos no mesmo local, na sonda Cassini, ou seja, as ondas de rádio refletidas ali eram polarizadas em uma única direção.
O novo estudo verificou os sinais do radar da Cassini, refletidos na superfície dos lagos e depois recebidos por antenas de rádio na Terra operadas pela Nasa, chamadas de Deep Space Network.
O ângulo mais raso do sinal refletido significava que ele incluía dois tipos de ondas polarizadas, o que levou mais informações sobre as propriedades dos lagos ao grupo de pesquisadores.
Além disso, os cientistas encontraram evidências que muitos dos rios e estuários que alimentavam os lagos tinham superfícies rugosas. A pesquisa sugere que isso foi ocasionado por ondas agitadas pelo vento, o que pode ser indicativo de marés ou correntes ativas alimentando os lagos.
“A atividade na superfície dos mares é super importante se você quiser planejar uma futura missão, como um submarino em Titã, mas também para entender melhor os ambientes de Titã em termos de vento e suas características atmosféricas", disse Poggiali, ao NewScientist.