O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que Robert F. Kennedy Jr. teria um "papel importante na administração" caso ele seja reeleito, segundo entrevista por telefone à NBC News. Trump também declarou estar aberto a considerar algumas das ideias mais controversas de Kennedy, que tem uma longa trajetória de declarações contra vacinas e outras práticas de saúde pública.
Kennedy, que chegou a concorrer como candidato independente antes de desistir e declarar apoio a Trump, é conhecido por espalhar teorias conspiratórias e informações falsas sobre vacinas. Ele já alegou, por exemplo, que vacinas estão ligadas ao autismo – uma teoria amplamente desmentida por estudos científicos ao longo das últimas décadas.
Questionado no domingo sobre a possibilidade de banir algumas vacinas durante um segundo mandato, Trump não descartou essa opção. “Bem, vou conversar com [Kennedy] e com outras pessoas, e tomarei uma decisão, mas ele é um cara muito talentoso e tem opiniões fortes”, afirmou.
Trump evitou entrar em detalhes sobre as funções específicas que Kennedy assumiria em um possível governo, mas em recentes aparições públicas deixou claro que enxerga um papel de destaque para ele. “Ele pode fazer o que quiser”, disse Trump durante um evento realizado na última quinta-feira (31), no Arizona, segundo a CNBC.
De acordo com duas fontes próximas à campanha, Kennedy poderia desempenhar um papel importante em temas de “saúde infantil crônica” e na área da saúde das mulheres, segundo o ex-presidente. Na última sexta-feira, Kennedy foi ao Twitter afirmar que, já no primeiro dia de um novo mandato de Trump, haveria esforços para banir o flúor na água potável, que ele classificou como “resíduo industrial” causador de problemas como câncer e outras doenças.
Ao ser perguntado sobre essa proposta no domingo, Trump disse: “Bem, ainda não conversei com ele sobre isso, mas soa bem para mim. Sabe, é possível.”
A prática de fluoretação da água é amplamente apoiada por entidades de saúde pública, que também enfatizam sua segurança, destaca a reportagem da CNBC.