Em frente às câmeras e ao lado de Larry Ellison (Oracle), Sam Altman (OpenAI) e Masayoshi Son (SoftBank), Donald Trump disse que aprovaria a compra do TikTok por Elon Musk e depois sugeriu que Ellison também pudesse comprar o app. Essa declaração aconteceu após o republicano anunciar, na terça-feira, 21, o investimento do governo americano junto a empresas privadas de US$ 500 bilhões em infraestrutura de inteligência artificial (IA).
"Larry, vamos negociar na frente da mídia", disse o republicano. "Estou pensando em dizer para alguém 'compre [o TikTok] e dê metade para os Estados Unidos e nós te daremos a permissão [para operar]'".
A fala é mais um gesto de Trump para garantir a continuidade do aplicativo de vídeo curtos. E a resposta veio: "Me parece um bom negócio, presidente", disse Ellison.
Mesmo que exista um acordo entre os bilionários, ainda não é claro como o negócio funcionará. Juristas americanos não concordam com a premissa de que os EUA poderiam operar legalmente uma plataforma da natureza do TikTok. O que todos concordam, no entanto, é que essa foi outra demonstração de como a relação entre governo e Vale do Silício será nos próximos quatro anos.
Já no dia seguinte a sua posse, Trump assinou um decreto para adiar em 75 dias o bloqueio da rede social com a justificativa de que "busca uma resolução que proteja a segurança nacional enquanto salva uma plataforma usada por 170 milhões de americanos".
Na prática, o presidente instruiu o Departamento de Justiça do país a não aplicar ações legais ou penalizar a empresa no período. Essa determinação também se estende a seus prestadores de serviço e parceiros de negócio, que incluem Oracle, Apple e Google.
Interessados em comprar o TikTok não faltam. A ByteDance, empresa com sede na China dona do app, ainda tem outras ofertas na mesa, como a do bilionário Frank McCourt do Project Liberty e do youtuber MrBeast, que recentemente demonstrou intenção de compra. Inclusive, o grupo de investidores por trás do criador recebe consultoria jurídica do escritório ligado ao novo procurador-geral dos EUA, Matt Gaetz.
Outro bilionário na briga pelo aplicativo é Elon Musk. E segundo fontes ouvidas pela agência Bloomberg, autoridades chinesas e executivos da companhia discutiram a possibilidade de o X (ex-twitter), de Musk, assumir o controle do TikTok. Essa opção, no entanto, desagrada o conselho da ByteDance.
Ao sair da coletiva, nesta terça-feira, um repórter perguntou a Trump se ele instalou o TikTok no próprio celular. A resposta? "Não, mas acho que vou instalar" disse o republicano.