O Twitter piou modesto no terceiro trimestre de 2021, depois de superar as expectativas no último balanço apresentado em julho. Em dados divulgados nesta terça-feira, 26, a companhia de Jack Dorsey registrou um aumento na receita de 37%, mas encarou prejuízo de mais de US$ 500 milhões depois de um processo movido por seus acionistas.
Os resultados da rede social podem ser resultado da competição intensa com outras empresas, como TikTok, além da mudança nas regras da Apple em relação à privacidade dos apps. Sem mencionar o movimento da dona do iPhone (diferentemente do que fizeram Facebook e Snap), a receita total do Twitter ficou em US$ 1,2 bilhão — um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse valor, US$ 1,14 bilhão vieram de publicidade.
"Estou orgulhoso de nossos resultados do terceiro trimestre. Estamos aprimorando a personalização, facilitando a conversa, entregando notícias relevantes e encontrando novas maneiras de ajudar as pessoas a serem pagas no Twitter", afirmou Jack Dorsey, o presidente executivo da empresa, no relatório.
A plataforma, porém, registrou prejuízo de US$537 milhões no período por conta de um acordo fechado com investidores em setembro, no valor de US$ 809,5 milhões. Os acionistas alegam que a rede social inflou artificialmente o preço de seus papéis com números imprecisos de envolvimento de usuários na plataforma. A ação afirma que o Twitter parou de relatar "visualizações da linha do tempo" no final de 2014 e escondeu a estagnação ou diminuição do engajamento de usuários ao relatar descrições vagas das métricas de acesso.
O resultado contrasta com lucro de US$ 28,7 milhões obtido no mesmo período do ano passado.
Principal métrica para apurar o sucesso da rede social, o número de usuários ativos monetizáveis por dia chegou a 211 milhões, cerca de 13% a mais do que o mesmo período do ano passado. O trimestre também registrou número maior do que o anterior: no balanço de julho, eram 206 milhões. As expectativas dos analistas, entretanto, eram maiores para esse período e estimavam mais de 212 milhões de usuários.
Correndo atrás
A principal estratégia do Twitter neste ano tem sido colocar o usuário como "dono" de seus próprios recursos na rede social. Nesse sentido, a plataforma vem promovendo meios de fazer com que cada conta tenha controle sobre quem acessa e responde seus conteúdos, além de entender como alcança seus seguidores e ganha dinheiro com as publicações — a estratégia vem para aumentar os números financeiros da empresa.
Além das ferramentas apresentadas no primeiro semestre, como as salas de conversa em áudio Espaços e o botão de gorjetas, a rede social implementou uma série de recursos para que os usuários se sintam no poder de moderar sua própria timeline.
Como um algoritmo de reconhecimento, o chamado Safety Mode vai identificar comportamentos de contas semelhantes a perfis já bloqueados pelo usuário. Outra função será a possibilidade de "se retirar" de uma conversa em que você foi marcado e parar de receber notificações sobre aquela discussão. Além disso, o 'softblock' vai permitir que os usuários removam seguidores indesejados sem que eles saibam — e recebam notificação ou indicações do seguidor, como no caso do bloqueio.
Essas novidades e mudanças na plataforma constituem um esforço para contornar os anos de estagnação nos negócios. Neste ano, Dorsey estabeleceu a meta de dobrar a receita anual até 2023.
*É estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani