As tempestades solares, fenômenos relativamente comuns, acontecem em média a cada 25 anos por conta do campo magnético superintenso do Sol. Quando a radiação sai de controle e se desalinha, bilhões de toneladas de material solar podem chegar a milhares de quilômetros por segundo, em várias direções. Mas seria capaz de danos na Terra a ponto de destruir o planeta?
A energia magnética do Sol, que é uma massa de hidrogênio em ebulição, carregada de eletricidade, é liberada por raios de luz conhecidos como erupções solares. Mas de acordo com o histórico, muito dificilmente tais erupções poderiam nos ferir gravemente.
Que danos as tempestades solares podem causar?
Hoje em dia, as tempestades solares podem fazer com que tecnologias sejam prejudicadas, desde satélites à eletricidade. Em 1972, dezenas de minas marítimas perto da costa do Vietnã explodiram misteriosamente — o que recentemente foi confirmado como uma consequência de tempestades solares que chegaram à Terra naquela ocasião.
No entanto, a maioria dos cientistas concorda num ponto: o campo magnético da Terra e a nossa atmosfera isolante nos mantém protegidos até mesmo das mais poderosas erupções solares.
Ainda que elas possam prejudicar tecnologias de rádio, sistemas de radar e derrubar satélites, a radiação mais prejudicial para nós é dissipada ainda no espaço, muito antes de tocar a pele humana.
Sobre a nossa “atmosfera isolante”, o diretor associado de ciência da Divisão de Ciência heliofísica do Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, Maryland, Alex Young, explica: "Vivemos em um planeta com uma atmosfera muito espessa... que para toda a radiação nociva que é produzida em uma explosão solar". O especialista deu a declaração em um vídeo de 2011 sobre os temores de que uma explosão solar acabaria com o mundo em 2012.
Ainda assim, as tempestades solares são dignas de atenção. Especialistas em clima da Nasa, por exemplo, levam o assunto a sério e monitoram o Sol de perto, para que possamos nos proteger de atividades perigosas.
O que são erupções solares?
As erupções ou explosões solares acontecem basicamente quando as linhas magnéticas do Sol, que criam um campo magnético superintenso, ficam tão tensas que começam a se torcer. Com essa torção, enormes tempestades são formadas, que podem ser vistas porque criam manchas frias e escuras, conhecidas como manchas solares.
De acordo com a Live Science, a maior parte da energia de uma luz solar é irradiada como ultravioleta ou de raios-X. No entanto, a energia também pode aquecer o gás presente na atmosfera do Sol, lançando enormes bolhas de partículas chamadas de “ejeções de massa coronal” para o espaço.
À medida que essa energia eletromagnética do Sol age na Terra, átomos e moléculas se tornam eletricamente carregados, criando os efeitos que podemos observar ao redor do mundo. Especialistas temem que ejeções muito grandes possam causar, por exemplo, um “apocalipse da internet”, deixando o mundo sem acesso à web por semanas ou meses.
Não ameaçam vida na Terra; supernovas são mais perigosas
Até hoje, a tempestade solar mais poderosa da história foi o Evento Carrington, de 1859, que não provocou impacto perceptível na vida dos seres humanos ou outros seres vivos na Terra. Para o pesquisador do Centro de Previsão do Tempo Espacial do Centro Solar de Stanford, "não importa o que aconteça, as chamas não têm um efeito significativo sobre nós aqui na Terra".
Se o Sol não poderia apresentar uma ameaça de extinção para nós na Terra, talvez outras estrelas próximas possam. Quando algumas estrelas ficam sem combustível e morrem, explodem em uma supernova que espalham uma poderosa radiação por milhões de anos-luz ao redor.
Segundo os cientistas, essas explosões são muito mais perigosas que as erupções solares, porque se acontecerem suficientemente perto da Terra, podem banhar o planeta em radiação e destruir nossa camada de ozônio. Os autores de um estudo recente, publicado no "Proceedings of the National Academy of Sciences" em agosto de 2020, suspeitam que a morte de uma estrela a 65 anos-luz da Terra pode ter feito exatamente isso há cerca de 359 milhões de anos.
Já era sabido que uma extinção em massa no final deste período resultou na morte de 70% dos invertebrados da Terra, embora os cientistas não tivessem certeza do que tinha desencadeado isso. Porém, um exame de esporos fósseis da época da extinção revelou sinais de danos à luz ultravioleta — sugerindo que talvez uma estrela tenha sido o motivo.
Voltando à atualidade, por enquanto não existem supernovas perto o suficiente da Terra para apresentarem ameaças como a descrita acima. Nesse sentido, podemos ficar tranquilos.