Um estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos descobriu que o uso de cannabis (maconha) durante a gestação pode impactar no desenvolvimento do feto. O hábito atingiria, por exemplo, a circunferência da cabeça do recém-nascido, entre outras coisas. Os resultados foram publicados nesta terça-feira (16), na revista Frontiers in Pediatrics.
A pesquisa se baseia em análises anteriores que demonstram uma forte correlação entre o uso de cannabis e o tamanho reduzido do recém-nascido.
“Os déficits de tamanho foram maiores entre os recém-nascidos expostos à maconha durante a gestação”, disse em um comunicado Beth Bailey, professora e diretora de pesquisa de saúde populacional da Central Michigan University e autora sênior do estudo.
Os bebês nascidos de mães que usaram maconha durante toda a gravidez pesavam quase 200 gramas a menos e tinham circunferência da cabeça quase um centímetro menor em comparação aos recém-nascidos não expostos.
"Essas descobertas são importantes, pois o tamanho do recém-nascido é um dos mais fortes preditores de saúde e desenvolvimento infantil posterior", afirmou Phoebe Dodge, primeira autora do estudo.
Padrões de uso
As descobertas também fornecem informações sobre os padrões de uso de cannabis durante a gravidez. Segundo a pesquisa, mesmo o uso ocasional — como maconha para aliviar o enjoo matinal do primeiro trimestre — pode inibir o crescimento fetal de maneira semelhante ao uso contínuo durante a gravidez.
A mesma coisa vale para mulheres que usam maconha sem saber no início da gravidez.
Uma das limitações do estudo, no entanto, é que os cientistas não conseguiram informações sobre quanto ou com que frequência os participantes usavam cannabis. Os resultados foram então baseados no dado se as mães usaram ou não em determinados momentos da gravidez.
Agora, mais estudos são necessários para determinar se o tempo ou a quantidade de uso é mais importante quando se trata de efeitos no tamanho do recém-nascido, escreveram.