As cidades estão cada vez mais conectadas, não apenas por meio de internet, mas entre si. São pessoas, seus gadgets conversando, por meio de gadgets, deixando os municípios e seus cidadãos mais inteligentes.
Uma pesquisa recente da Escola de Negócios da Universidade de Navarra na Espanha (IESE), mostra as dez cidades mais inteligentes do mundo.
Até 2020, 1 bilhão de pessoas devem ter acesso a banda larga e banda móvel, e teremos 25 bilhões de dispositivos conectados à rede.
O Terra conversou com especialistas para definir, o que torna uma cidade inteligente? Quanto falta para uma cidade brasileira se tornar inteligente? E quais exemplos já estão sendo aplicados nos dias de hoje?
Veja abaixo a lista das dez cidades e alguns exemplos:
Tóquio – A capital do Japão é considerada a cidade mais inteligente do mundo de um ranking que avaliou 135 cidades e 50 indicadores. A cidade é forte em capital humano e gerenciamento público. Mas deve em interação social, devido o acidente em Fukushima.
Londres – É a segunda cidade mais inteligente da lista do IESE. Aqui, conta para a capital britânica, a ênfase em tecnologia, alcance internacional, gerenciamento público e coesão social.
Integração – Para Massato Takakuwa, diretor de negócios para a área de Governo da NEC no Brasil, para uma cidade se tornar basta usar tecnologias que já existem e integrar com a necessidade do cidadão.
“Como você disponibilizar uma rede de CFTV e integrar com policia civil, militar, bombeiros, SAMU, CET, água e esgoto, e companhias de energia elétrica. Pode até colocar apps como reconhecimento facial nelas”, disse Takakuwa.
Nova York – A cidade mais populosa dos Estados Unidos é a terceira do ranking. Como um dos principais centros econômicos do mundo, a capital tem como positivos, o capital humano e a economia, como parte de integração entre cidade e habitante.
Zurique – A maior cidade da Suíça, além de motor financeiro e cultural do país, tem como vantagem o meio ambiente, a mobilidade e o transporte para os seus cidadãos.
Paris – Mais conhecida como o principal destino dos turistas, 40 milhões de pessoas todos os anos, a capital francesa se diferencia no ranking do IESE em alcance internacional, tecnologia, mobilidade e transporte.
Inteligência no cotidiano – Para Jesper Rhode Andersen, head de marketing da Ericsson e professor associado da FGV, o segredo para uma cidade é a disponibilização de dados e a coletividade. Ele cita como exemplo mais avançado e próximo do cotidiano do usuário o aplicativo de navegação no trânsito, Waze.
“Hoje o aplicativo que acho que é muito inteligente e ajuda é o Waze. A prefeitura de São Paulo já calculou que os gastos do transito estão em torno de R$ 40 bilhões. Com o Waze você corta o caminho e foge do trânsito. Imagina quanto dinheiro isso gera para SP, sem contar menos poluição”, explica o professor.
Genebra e Basiléia – Outras duas cidades suíças, com forte importância nas finanças e cultura, tem como principal ponto de melhoria para o cidadão o meio ambiente, além do planejamento urbano e o gerenciamento público.
Osaka – A segunda cidade japonesa entre as dez mais inteligentes, Osaka também sofre com coesão social, mas tem como pontos positivos o planejamento urbano, o gerenciamento público e a mobilidade e transportes.
Resolvendo problemas – Para o engenheiro Raul Colcher, membro sênior do IEEE, antes de a cidade ser inteligente deve se levar em conta um fator, resolver problemas da região e de seus moradores.
“A cidade precisa resolver problemas de forma inteligente. Você tem que ter sistemas lógicos de apoio”, afirma Colcher. “Tecnologia é um componente de uma estratégia, um conceito dentro da arquitetura. É errado gastar tecnologia ‘a rodo’”.
Seul – Como um dos melhores expoentes da globalização a partir da década de 1990, a capital sul-coreana é a sede de grandes companhias como Hyundai, LG, Kia e Samsung. Ficou em nono no ranking do IESE e tem como vantagem o gerenciamento público e o capital humano.
Oslo – A capital da Noruega fecha a lista das dez cidades mais inteligentes do mundo. A cidade de rica história nórdica tem como principais atrativos para entra no ranking o planejamento urbano, o meio ambiente e a coesão social.
Brasil – No ranking, a melhor cidade classificada é São Paulo (94) com a projeção internacional sendo cidade como melhor índice da capital paulista. Isso coloca a cidade como um dos exemplos de potencial crescimento pela pesquisa da universidade espanhola.
Na visão dos especialistas, além do ranking, ainda falta para o Brasil ter cidades inteligentes.
“Os municípios não tem capacidade de investimento suficiente”, afirma Raul Colcher. “Falta iniciação. Hoje uma prefeitura que tem interesse em se tornar inteligente, tem dificuldade em entrar no ecossistema. Outro ponto é o incentivo, já houve algum avanço em relação ao incentivo fiscal, mais foram inicialmente criados para aumentar a conectividade”, completa Rhode Andersen.
“Do ponto de vista de disponibilização de tecnologia, essas cidades já tem. Eu não preciso do 4G para fazer leitura de energia. Não existe impeditivo tecnológico”, diz Massato Takakuwa. “O que existe é falta de disponibilização de acesso integrado. Falta total integração entre as empresas”.