Veja temas mais buscados no Google no debate com candidatos a presidente

Comparativos entre os dois governos sobre desmatamento na Amazônia lideraram o ranking no Google após o embate entre Lula e Bolsonaro

17 out 2022 - 11h50
(atualizado às 11h55)
Ao término do debate entre Lula e Bolsonaro na Band, o termo “desmatamento” foi o mais buscado no Google
Ao término do debate entre Lula e Bolsonaro na Band, o termo “desmatamento” foi o mais buscado no Google
Foto: Poder360

desmatamento na Amazônia foi o principal tema do debate neste domingo (16) entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas buscas do Google. Durante todo o programa, outros temas mudaram à medida que a discussão esquentava. No entanto, alguns ganharam destaque. 

O primeiro debate presidencial do segundo turno das eleições 2022 ocorreu na Band, em parceria com TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo.

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A ferramenta Google Trends mapeou quais foram os assuntos mais buscados antes, durante e depois do debate — que bateu recorde de visualizações em uma live jornalística do YouTube Brasil, com mais de 2 milhões de espectadores simultâneos. 

Ao término do debate, o termo “desmatamento” foi o mais buscado no Google. O tema ganhou destaque após o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro ter afirmado que houve mais desmatamento no primeiro mandato do governo Lula (2003-2006) do que no atual governo (2019-2022). Bolsonaro pediu, inclusive, para que as pessoas procurassem sobre o tema "no Google". O segundo termo mais pesquisado foi “Amazônia”. 

No recorte das últimas 24 horas no debate, o tema “Escola” ficou na terceira posição, seguido de “Remédio” e “Covid-19” em quinto lugar. 

O debate foi iniciado com a fala de Lula ressaltando os feitos de seu governo e perguntando a Jair Bolsonaro “quantas universidades e quantas escolas técnicas ele [Bolsonaro] fez enquanto presidente da República”.

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O tema “escola” também foi levantado durante uma pergunta do jornalista Tayguara Ribeiro, da Folha de S.Paulo. Ribeiro traz dados do prejuízo na questão da aprendizagem no Brasil durante a pandemia e pergunta: “O que de concreto, caso senhores sejam eleitos, vocês farão para recuperar essa defasagem educacional?”.

Lula afirmou que, caso seja eleito, se reunirá com governadores e prefeitos das capitais para criar um plano de educação para recuperar o que foi perdido”.

Bolsonaro, por sua vez, destacou o GraphoGame, jogo educativo voltado a crianças de 4 a 9 anos de idade. “Nós já estamos fazendo. O nosso Ministro da Educação tem um aplicativo que foi aperfeiçoado e já está há um ano em vigor, chama-se GraphoGame.”

O jogo havia sido baixado por 1,5 milhão de pessoas até julho deste ano, embora segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Brasil tenha 295 mil estudantes de quatro a seis anos matriculados na educação infantil e 13,9 milhões de alunos de seis a 10 anos matriculados na educação básica. 

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"Desmatamento" e "Amazônia" no Google Trends de 16 a 17 de outubro de 2022
Foto:

Outros termos mais buscados no debate

No primeiro bloco, quando o assunto pandemia estava em alta, o termo “Covid-19” chegou a atingir o pico de buscas no Google, às 20h36. Palavras como “corrupção” ou perguntas como “Quando a vacinação começou no Brasil” foram relacionadas ao termo durante o debate.

Isso ocorreu após Lula ter acusado o presidente Bolsonaro de ter sido negligente no que diz respeito ao atraso na compra de vacinas e não ter se solidarizado com as mortes durante a pandemia. “O que pensa o povo que perdeu um ente querido?”, questionou.

O ex-presidente disse ainda que não houve indignação com a pandemia e que o chefe de Estado não visitou nenhuma família que tenha perdido alguém para a Covid-19. “Para mostrar que é ‘bonzinho’, tentou ir ao enterro da Rainha da Inglaterra”, afirmou Lula durante o debate. 

Lula também disse que Bolsonaro foi “vendedor de um remédio que não servia para nada”, em referência à cloroquina, defendida pelo presidente no início da pandemia mesmo sem eficácia comprovada contra a covid. 

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Como resposta, o candidato à reeleição pelo PL disse que Lula “fez discurso em cima do caixão da esposa e está se comovendo pela sogra”. Bolsonaro também afirmou ter visitado hospitais durante a pandemia. “O senhor não tem conhecimento. Não preciso fazer propaganda de nada que faço”, rebateu. 

Durante o embate, Bolsonaro pontuou que nas mortes dadas pela covid, os caixões eram lacrados e “nem os familiares podiam fazer visitas aos entes que faleceram”.

Covid-19 atingiu o pico de busca no Google no 1º bloco do debate, quando o assunto era "pandemia"
Foto:

Termos mais buscados por candidatos

Durante sua fala livre, Bolsonaro acusou Lula de corrupção no caso do Petrolão, referindo-se ao crescimento do Brasil em 2015 e 2016 (governos do PT). 

“Lula, você tem muito a falar sobre corrupção, não culpe os procuradores da Lava Jato, os juízes; a responsabilidade pela corrupção no Brasil foi tua, os números estão aí”, afirmou o presidente. 

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“Quando você fala em crescimento, você mente o tempo todo. Dá um Google você, em casa. Vê quanto foi o crescimento do Brasil em 2015, 2016, governo do PT. O Brasil caiu na ordem de 7%. Tinha pandemia naquele tempo? Tinha guerra lá fora? Não, mas tinha corrupção em abundância no Brasil”, continuou Bolsonaro. 

Em resposta, Lula disse:  “Eu, na verdade, Bolsonaro, eu gostaria de que você, quando viesse olhar na câmera, você explicasse por que faz quatro anos que você não aumenta, não dá um aumento real para o salário mínimo. São 36 milhões de aposentados, 36 milhões que ganham salário mínimo, dos quais 22 milhões de aposentados que estão há quatro anos sem receber aumento real”. 

Temas mais buscados durante e após o debate referente ao ex-presidente Lula
Foto: Reprodução / Google Trends

No caso do presidente Jair Bolsonaro, questões relacionadas ao desmatamento e comparação com o governo Lula foram as mais pesquisadas. 

Temas mais buscados durante e após ao debate relacionados ao nome do presidente Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução / Google Trends

A partir dos dados brutos, se comparados os três primeiros anos de cada governo, em números absolutos houve mais área desmatada no governo Lula. Os dados avaliados são do Prodes, o sistema de monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Porém, ambos assumiram os governos com realidades diferentes. Quando Lula chegou ao poder, o desmatamento era de mais de 21 mil km², enquanto Bolsonaro assumiu com o desmatamento de mais de 7,5 mil m².

No governo Lula, houve um aumento nos dois primeiros anos de governo, mas houve quedas sucessivas até 2010, quando ele encerrou o seu segundo mandato. Só houve nova subida em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), ainda que em níveis muito inferiores aos herdados por Lula.

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Fonte: Redação Byte
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