Uma verdadeira luta contra o tempo está sendo travada nas buscas pelo submersível Titan, desaparecido desde o domingo (18) com cinco passageiros à bordo.
A embarcação, que fazia uma expedição rumo aos destroços do Titanic, só deve ter oxigênio disponível para os tripulantes até a quinta-feira (22).
O capitão da Guarda Costeira dos EUA, Jamie Frederick. disse em uma entrevista coletiva na terça-feira (20) que era incerto se o governo tinha equipamentos hábeis para fazer o salvamento, dependendo de onde o submersível fosse encontrado.
“O que vou dizer é que faremos tudo ao nosso alcance para efetuar um resgate”, pontuou.
A marinha dos EUA possui um veículo operado remotamente, conhecido como CURV-21 (do inglês Veículo Submarino de Recuperação Controlado por Cabo), que pode operar até 6.000 metros.
A embarcação de 2.900 quilos foi usada em outras operações de busca e recuperação em águas profundas, mas não está claro se ajudará na busca pelo Titã devido ao peso e profundidade do submersível.
A marinha dos EUA disse à CBC News que está enviando um elevador de navios, o Flyaway Deep Ocean Salvage System (FADOSS, no inglês), para ajudar nos esforços, mas não disse se também está enviando o CURV-21 — embora tenha sido usado em conjunto com o FADOSS no passado.
O FADOSS é construído para "a recuperação de objetos afundados grandes, volumosos e pesados", de acordo com o site da marinha , e pode levantar cerca de 27.200 quilos, sendo que o Titã pesa cerca de 10.000 quilos.
Veja modelo CURV em funcionamento
Navios quebra-gelo de pesquisa e o navio de apoio Titan também estão empregados nas buscas, além de uma aeronaves do Canadá e dos EUA. O navio Polar Prince está recebendo na área o apoio do navio para o possível lançamento de cabos.
Várias sonoboias, que capturam sons produzidos por hélices, máquinas e pela própria tripulação eventualmente batendo casco do submersível, foram jogadas no mar em uma tentativa de captar qualquer sinal audível de vida do Titã.
Design do submersível chama atenção
O Titan não possui GPS, o que dificulta a localização precisa, e seu design inovador levanta preocupações de segurança. Imagens que mostram o interior do submersível da OceanGate viralizaram na web após a embarcação aparentar conter alguns improvisos técnicos.
Os vídeos mostram um controle similar a um de videogame, janela de frente para a privada, telas apoiadas no chão e um botão único de operação — como o de um "elevador", segundo os próprios donos.
Uma reportagem conduzida pelo jornalista da CBS David Pogue no ano passado mostrou um termo de renúncia utilizado pela empresa que descrevia o veículo como “embarcação submersível experimental que não foi aprovada ou certificada por nenhum órgão regulador e pode resultar em lesões físicas, incapacidade, trauma emocional ou morte”.