A inteligência artificial (IA) está ajudando pesquisadores de Israel a identificarem milhões de judeus mortos no Holocausto que, até hoje, não tiveram seus nomes registrados em documentos oficiais.
Nos últimos anos, voluntários rastrearam informações de ao menos 4,9 milhões de pessoas ao estudarem documentos, imagens, cemitérios e outros registros disponíveis.
"É muito difícil para um ser humano fazer isso - apenas revisar tudo e não perder nenhum detalhe. Simplesmente pegavam as pessoas, atiravam nelas e as cobriam em um buraco. Não sobrou ninguém para contar sobre elas", disse à Reuters Esther Fuxbrumer, chefe de desenvolvimento de software do Yad Vashem, equipe do Centro Mundial de Memória do Holocausto, em Jerusalém.
O sistema de IA está atualmente em fase de testes, ele foi desenvolvido para examinar registros em inglês, hebraico, alemão, russo e outros idiomas.
"Essa tecnologia funciona muito rápido, leva algumas horas para analisar centenas de depoimentos e os resultados são muito exatos", disse Fuxbrumer à Reuters.
O maior desafio do software será vincular indivíduos a datas, membros da família e outros detalhes por meio de relatos.
A equipe está realizando testes em 400 dos 30 mil testemunhos, incluindo vídeos gravados de sobreviventes com três horas de duração. Até o momento, 1.500 novos nomes foram adicionados aos registros oficiais, e muitos outros são esperados nas próximas semanas, quando o sistema for usado em todos os 30 mil testemunhos.