Para garantir lisura no conteúdo que circula no YouTube acerca das eleições deste ano, o Google anunciou uma série de medidas que movimentarão a plataforma. Ciente de sua enorme relevância para cidadãos brasileiros, o serviço de streaming usará mecanismos de aprendizagem de máquina para conter vídeos com informações enganosas, recomendará conteúdos confiáveis de autoridades e impulsionará criadores que produzem com qualidade.
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As novidades do YouTube para o processo eleitoral brasileiro se baseia numa regra de "4 'R's de Responsabilidade": remoção de conteúdo que infringe políticas da plataforma; redução no alcance de conteúdo que está no "limite da conformidade"; recomendações de fontes confiáveis de notícias e informações; e recompensas para produtores de conteúdo qualificados.
Moderação com aprendizagem de máquina
Questionamentos desonestos sobre a legitimidade das eleições não terão espaço no YouTube — inclusive, sobre períodos eleitorais anteriores. "Removemos conteúdo que questione a integridade das eleições e que contenham informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que tenham supostamente alterado o resultado de votações anteriores, após os resultados já terem sido confirmados oficialmente", informou o Google.
No processo que corre este ano, as medidas de segurança da empresa evitarão a disseminação de conteúdo que tentam suprimir o direito de votar. A plataforma combaterá a publicação de vídeos que tentam enganar eleitores com informações falsas sobre hora, local, meios e requisitos, bem como alegações falsas sobre vulnerabilidades da urna eletrônica.
Mentiras sobre a qualificação de candidatos também serão podadas no serviço. Isso inclui "informações falsas sobre a inelegibilidade de candidatos ou políticos em exercício".
Por fim, incitações a interferência em processos democráticos serão inaceitáveis. "Conteúdo que incentive as pessoas a impedir ou atrapalhar quem está tentando votar" cairá na "malha fina" do YouTube.
TSE e o YouTube
Em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o YouTube dará destaque para vídeos oficiais sobre o processo eleitoral. "Para assuntos relacionados às eleições brasileiras, lançamos painéis informativos inéditos no Brasil para conectar o usuário com informações confiáveis e oferecer mais detalhes sobre temas que podem ser sujeitos a desinformação", explicou a empresa.
Um desses vários painéis é o "Painel de alerta de integridade eleitoral", uma seção informativa disponibilizada pesquisar sobre eleições no Brasil que direciona o usuário para uma página oficial do TSE. Em breve, também serão lançados os painéis "como votar" e "informações de candidatos" que, da mesma forma, servirão como canais diretos para dados legítimos e verificados.
Mais força para o jornalismo qualificado
O YouTube atuará como um grande catalisador do jornalismo brasileiro durante o processo eleitoral. A empresa destacou que já existem seções dedicadas para mostrar as notícias mais importantes na página inicial do app e nos resultados de pesquisa.
Além disso, a plataforma pretende continuar impulsionando o alcance de debates e entrevistas importantes, assim como fez no Debate Presidencial exibido no domingo (28), em parceria com a Band, TV Cultura, UOL e Folha de São Paulo. A transmissão ao vivo teve duração de 3 horas e já soma 12 milhões de visualizações até o momento.
Fortalecendo a checagem de fatos
Em iniciativas adicionais, a plataforma do Google também servirá para elevar a voz de criadores de conteúdo qualificados. A empresa estabeleceu parcerias com jornalistas, portais, pesquisadores e instituições para promover projetos que buscam enriquecer o brasileiro de informações de qualidade.
As ideias apoiadas pela empresa incluem o podcast "Eleições na Internet", da jornalista Patrícia Campos Mello, o projeto "Nosso Papo Reto", do portal JOTA, o curso "Jornalismo contra-hegemônico: reflexões para um novo presente", criado pela pesquisadora e escritora Djamila Ribeiro e o fundo "Jogo Limpo", do International Center For Journalists (ICFJ) que busca combater à desinformação com organizações de checagem de fatos.
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