Zuckerberg lança aplicativo de internet grátis na Colômbia

O aplicativo para celulares, destinado a usuários rurais e de baixa renda, oferece mais de uma dezena de ferramentas via o sistema operacional Android

15 jan 2015 - 16h56
(atualizado às 16h57)
<p>Presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, em entrevista à Reuters na Universidade de Bogotá</p>
Presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, em entrevista à Reuters na Universidade de Bogotá
Foto: Jose Miguel Gomez / Reuters

O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, lançou na quarta-feira um aplicativo de acesso gratuito à Internet na Colômbia, como parte de um esforço para trazer os mercados de países desenvolvidos ao mundo online, mas continuou sem dar uma única palavra sobre quando ou se a companhia vai considerar entrar na China.

A Colômbia é o primeiro país na América Latina e quarto no mundo a receber o novo serviço Internet.org, em parceria com a companhia de telefonia móvel local Tigo. Mas a meta é dar um alcance global ao aplicativo, disse Zuckerberg à Reuters.

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O aplicativo para celulares, destinado a usuários rurais e de baixa renda, oferece mais de uma dezena de ferramentas via o sistema operacional Android – tudo sem nenhuma cobrança ao usuário pela transferência de dados.

Entre as funcionalidades estão: o Wikipedia, sites de previsão do tempo, catálogos de empregos e informativos de saúde, assim como a própria rede social Facebook e seu respectivo serviço de mensagens.

As ferramentas oferecidas pelo serviço proporcionam um alicerce que pode ser usado pelos colombianos para “erguer sua própria prosperidade”, disse Zuckerberg.

“Ao dar às pessoas essas ferramentas básicas de graça, está se criando um ambiente de atuação igualitário”, disse Mark Zuckerberg, em referência ao empreendedores que podem usar a internet grátis para abrir ou aumentar seus negócios.

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Após reunir-se com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, o CEO do Facebook disse que o serviço pode até mesmo ajudar a Colômbia, que tem 21 milhões de usuários na rede social, na tentativa de encerrar uma guerra de 50 anos com rebeldes marxistas, disse Zuckerberg.

“Somente dar as pessoas as ferramentas de conectividade é intrinsicamente importante para gerar comunicação e estreitar o tecido social na criação da paz”, disse o executivo.

A ferramenta já foi lançada em três países africanos, incluindo a Zâmbia.

Disseminação do app

Durante sua primeira viagem a Bogotá, o bilionário fundador do Facebook disse que o aplicativo se disseminaria muito rapidamente, à medida que as operadoras de telefonia se valham de um crescimento nos rendimentos, proveniente de novos consumidores tendo acesso a seus serviços.

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Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, se reúne com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, durante um evento no em Bogotá
Foto: Cesar Carrion / Reuters

“Nossa meta é fazer do Internet.org um programa disponível em todo o mundo e ajudar todos a se conectarem à Internet”, disse Zuckerberg, de 30 anos. “Vamos olhar para trás daqui a um ano e com sorte vamos ter muito mais países com programas como esse.”

Embora ele tenha se recusado a revelar o próximo país em que o programa será lançado, Zuckerberg aposta que o aplicativo em breve se tornará “padrão” entre operadoras de telefonia móvel de todo mundo, visando a expansão do acesso à rede mundial de computadores. Aqueles que não oferecerem o serviço estarão se “ficando para trás”.

Enquanto 85% da população mundial vive em áreas com cobertura de telefonia móvel, apenas 30% têm acesso à internet. Cerca de 3 bilhões de pessoas possuíam acesso ao mundo online até o fim de 2014, segundo a União Internacional de Telecomunicações.

Facebook na China

Perguntado se estuda uma entrada na China, Zuckerberg disse: “Quem sabe... isso é diferente.” Zuckerberg e o presidente-executivo da Xiaomi, Lei Jun, discutiram um potencial investimento do Facebook na principal fabricante de smartphones da China, antes da companhia chinesa conseguir arrecadar US$ 1,1 bilhão em fundos de investidores, no mês passado.

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O presidente-executivo do Facebook também não se inclinou a revelar se o recente encontro na Cidade do México com o bilionário das telecomunicações Carlos Slim resultaria em um projeto similar ao Internet.org ou em alguma outra empreitada.

Mas várias pessoas com conhecimento do assunto disseram à Reuters que um acordo nunca se materializou. O Facebook não quis comentar sobre o tema.

“Não vou dizer nada específico sobre qualquer parceria que não seja final, mas, quero dizer, vamos querer trabalhar com pessoas em todo mundo em uma série de coisas”, disse Zuckerberg.

Ele disse que o próximo lançamento do Internet.org pode ocorrer em apenas seis meses. 

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