O diretor de cinema Roman Polanski foi alvo de protestos nesta sexta-feira na premiação do César, a maior noite do calendário do cinema francês, com manifestantes destacando as acusações de estupro contra Polanski e o anfitrião da cerimônia fazendo afirmações sarcásticas sobre pedofilia.
O filme de Polanski "O Oficial e o Espião" concorre a melhor filme e melhor diretor, dividindo a opinião em um país onde o movimento #MeToo contra o assédio sexual tem dificuldade para ganhar força.
Antes da premiação, a polícia francesa entrou em confronto com manifestantes do lado de fora da casa de shows Pleyel, e gás lacrimogêneo pairava no ar, disse uma testemunha da Reuters.
Polanski, de 86 anos, que fugiu dos Estados Unidos para a França no final da década de 1970 depois de admitir ter estuprado uma menina de 13 anos e enfrenta acusações mais recentes de agressão sexual, já tinha dito que não compareceria à cerimônia de sexta-feira por temer um "linchamento público".
Um grupo de manifestantes derrubou uma barreira do lado de fora da Pleyel, mas nenhum manifestante entrou no tapete vermelho antes da chegada dos primeiros convidados, afirmou uma testemunha da Reuters.
Duas ativistas detidas pela polícia gritaram: "Somos mulheres e temos orgulho." Nas proximidades, outros manifestantes mostravam pacificamente cartazes dizendo "Vergonha de uma indústria que protege estupradores".
Polanski nega as acusações mais recentes contra ele.