O Ministério das Comunicações da Argentina aplicou na semana passada uma multa contra a apresentadora Viviana Canosa, 50 anos, do programa ‘Nada Personal’, do Canal 9.
A sanção se deve a um episódio polêmico ocorrido em agosto de 2020. Diante das câmeras, a jornalista tomou dióxido de cloro diretamente da boca de uma garrafa plástica.
A ANVISA e a FDA (Food and Drug Administration) dos EUA proíbem o uso medicinal da substância utilizada como desinfetante e alvejante.
“É considerada perigosa, podendo provocar irritação nos olhos, nariz, garganta; tosse, chiado no peito, bronquite, edema pulmonar; bronquite crônica (quando inalada), irritação na boca, esôfago ou estômago (se ingerida) ou causar queimaduras na pele e lesões oculares graves”, diz nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde do Brasil em abril de 2020.
Defensores do ‘tratamento precoce’ dizem que o dióxido de cloro pode prevenir e até curar a covid-19. Médicos e cientistas negam.
Ao beber o líquido na TV, Viviana Canosa transmitiu informação sem comprovação científica. “Oxigena o sangue. É divino”, afirmou. “Não recomendo, mostro o que faço.”
Na sequência, ela exibiu um cartaz desafiador às autoridades sanitárias de seu País. Estava escrito: “Parem de proibir tanto porque não aguento mais desobedecer a tudo”.
A apresentadora recebeu uma segunda multa por discurso negacionista sobre a eficácia de vacinas contra a covid-19 na atração que comanda em outro canal, o A24.
Nas redes sociais, Viviana Canosa se define ‘patriota’ e ‘rebelde sem dono’. A comunicadora faz oposição aberta ao presidente da Argentina Alberto Fernández, que atua à esquerda no espectro político.