Carolina Manica brinca com o melodrama em peça sobre o despertar do mundo: 'Desafiador'

Em entrevista à CARAS Brasil, Carolina Manica fala sobre processo de composição de Mar Aberto, espetáculo em cartaz em São Paulo

13 dez 2024 - 15h06
(atualizado às 15h24)
Carolina Manica dá vida a vilã Helena em 'Mar Aberto'
Carolina Manica dá vida a vilã Helena em 'Mar Aberto'
Foto: Divulgação/ Carol Quintanilha / Caras Brasil

Carolina Manica (43) integra o elenco de Mar Aberto, espetáculo baseado na obra de Claudia Barral (46), que faz uma temporada gratuita de estreia na cúpula do Theatro Municipal entre os dias 13 a 15 de dezembro e, em seguida, se apresenta na SP Escola de Teatro (de 17 a 22 de dezembro). No palco, a atriz brinca com o melodrama em uma peça que fala sobre o despertar do mundo. "Desafiador", afirma Carolina em entrevista à CARAS Brasil. 

Na pele da vilã Helena, Carolina define Mar Aberto como uma obra que "nos traz um chamado de despertar uma mudança" ao mesmo tempo em que te provoca ao refletir sobre todos os tipos de relações. "Todo trabalho que a gente faz nos coloca num pensar, é uma oportunidade de dar um passo a mais no nosso estado de consciência e o teatro com sua característica tão intensa está mais a serviço disso. O grande lance é se entender como esse veículo", analisa.

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Com dramaturgia desenvolvida por Giovana Eche (32) - que também integra o elenco da obra - e Beatriz Barros, a peça pesquisa o fazer teatral e os limites entre ficção e realidade, criando, assim, uma ferramenta de metalinguagem por meio do personagem dentro do personagem. De acordo com a atriz, o que se vê em cena é uma "brincadeira com o melodrama".

"A gente vê aí uma onda de um teatro documental que acho fundamental, fantástico, mas estava sentindo muita falta de brincar com a personagem, de jogar tinta, de sair daquela interpretação tão pequenininha e brincar com as máscaras e veio a oportunidade depois de tanto tempo em um lugar tão desafiador, que precisa de muita verdade", reflete Carolina ao classificar a situação como um "reajuste de termômetro".

Vale lembrar que a atriz também já viveu a experiência de brincar com uma linguagem metalinguística no cinema quando participou de Pornô para Principiantes, longa em co-produção com o Uruguai e a Argentina, em 2017.

Carolina Manica dá vida a vilã Helena em 'Mar Aberto'/
Foto: Divulgação/ Paulo Vainer / Caras Brasil

'TUDO DESÁGUA'

Para Carolina Manica, a água, representada em Mar Aberto, simboliza o insconciente e as emoções humanas. "Tudo acaba na água, tudo deságua, então estamos realmente dando esse grande mergulho fora do controle", afirma. Segundo a atriz, é importante louvar e reverenciar o trabalho de dramaturgia de Claudia Barral. "Ela não brinca, ela é certeira no que traz, tanto simbólica como textualmente. A água é a protagonista!", defende Carolina a partir de sua própria interpretação.

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Apesar de as águas se encontrarem neste projeto atual e em Aquário com Peixes, peça com texto de Franz Keppler (60) e direção de Marcela Lordy (50) em que a atriz integrou o elenco em 2023, Carolina explica que os trabalhos são diferentes apesar das coincidências, principalmente em cenografia. "Há uma ressignificação de camadas porque são personagens completamente diferentes embora fale da condição humana e de amor". 

Em Mar Aberto, a atriz explica que não fala de um amor romântico por meio de sua personagem Helena. "Eu falo do amor mesmo, como temática abrangente, como sentido de vida, sobre o que é o significado do amor, porque o amor tem dificuldade de ser compreendido", conta Carolina, que buscou em obras como Agonia do Eros do coreano Byung-Chul Han (65) sua pesquisa para a composição da cena. 

Fora dos palcos, Carolina Manica comemora a versatilidade de sua carreira. "Sempre quis ser uma atriz de fazer várias coisas e estou caminhando para conseguir ser assim", avalia a artista, que vem de uma trajetória de audiovisual com personagens desafiadores. "É gratificante esse lugar de poder estar no cinema, no teatro e se desdobrar dentro das ferramentas que você tem no trabalho. Sou viciada no meu ofício", conclui.

SERVIÇO

Temporada: 

Theatro Municipal - Cúpula -  Praça Ramos de Azevedo, s/n - República

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13 a 15 de dezembro:

13 de dezembro, às 20h

14 de dezembro, às 17h

15 de dezembro, às 17h e às 20h

Ingressos: gratuitos, com reserva em https://theatromunicipalsp.byinti.com/#/ticket/

Classificação: 16 anos

Duração: 90 minutos

SP Escola de Teatro - Praça Franklin Roosevelt, 210 - Bela Vista

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17 a 22 de dezembro:

17 de dezembro, às 20h30

18 de dezembro, às 20h30

19 de dezembro, às 20h30

20 de dezembro, às 20h30

21 e 22 de dezembro, às 17h e às 20h

Ingressos: gratuitos 

Classificação: 16 anos

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Duração: 90 minutos

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