Marta Soares não está sozinha. Conhecida por suas performances individuais, em “Deslocamentos – Experimento II”, ela assina a concepção e a direção. No entanto, quem entra em cena são as intérpretes Carolin Lucci, Isabel Monteiro, Marina Sarantopoulos, Natália Mendonça, Patrícia Bergantin e Talita Florêncio. A última sessão será nesta sexta, dia 27, às 19h, no segundo andar do Sesc Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O acesso é gratuito, mas os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência na bilheteria.
Quem lê o título do trabalho pode logo imaginar que as intérpretes vão “explorar possibilidades de deslocamento”. Só que quando se trata de uma performance assinada por Marta Soares, a obviedade fica presa no fundo da gaveta.
No “Experimento II”, o figurino proporciona um acoplamento dos corpos que, ao se deslocarem, criam novas figuras. Samuel Beckett também aparece como uma referência forte para a construção das figuras-personagens.
A diretora explica que este amálgama “é um corpo em um trânsito entre a deformação e a transformação”. E as deformações-transformações são afetadas, segundo o conceito do trabalho, pelo ambiente e pelas relações de poder; ou seja, forças externas influenciando forças internas.
Marta Soares tem um olhar nada tradicional sobre a dança. Alguns de seus trabalhos, como “Vestígios”, “O Banho” e “Les Poupées”, certamente integram uma confiável antologia sobre a dança contemporânea brasileira. Ela também divide seu tempo entre suas pesquisas cênicas e suas aulas no curso de Comunicação das Artes do Corpo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).