Desde a produção de “Rent”, em 1999, as grandes montagens brasileiras com adaptações da Broadway não pararam mais. “Não é uma moda passageira. Os musicais vieram para ficar”, diz a coreógrafa Fernanda Chamma, responsável pela direção de “Mudança de Hábito”, o mais recente sucesso do gênero, que vem lotando o Teatro Renault, em São Paulo.
Segundo a coreógrafa, os musicais abriram um mercado, fortalecendo a dança, além de ajudarem a formar público. “Hoje, o Brasil é o terceiro mercado no mundo em musicais”, comemora.
Baseado no filme estrelado por Whoopi Goldberg, em 1992, a adaptação brasileira de “Mudança de Hábito” tem a “nossa ginga”, um “tempero” que o espetáculo americano não tem, avalia Fernanda. “O movimento tem mais energia”, analisa. Segundo ela, a intenção das versões brasileiras dos musicais da Broadway é sempre adaptar o movimento, a dinâmica.
A protagonista do musical, Karin Hils, diz estar muito feliz de poder colocar o seu “tempero” na dança e também com as bênçãos da atriz norte-americana Whoopi Goldberg, um de seus ídolos e coprodutora do espetáculo. “Ela disse que já conhecia o meu trabalho e que esse papel iria mudar a minha vida”, revela Karin, que foi uma das protagonistas do seriado “Sexo e as Negas”, da TV Globo.
“Para fazer a personagem, busquei elementos dentro de mim e suguei um pouco do que vi e aprendi com artistas como Marília Pêra, Arlete Salles, Miguel Falabella e a própria Whoopi Goldberg”, afirma Karin que, além de atriz, é cantora e dançarina.
No palco, a comédia, que já foi assistida por mais de 5 milhões de espectadores em 11 países, conta a história de Deloris, vivida por Karin. Testemunha de um assassinato, ela se refugia num convento e usa suas habilidades musicais para inspirar o coral das freiras.
O elenco, que demorou cerca de seis meses para ser escolhido, é formado por 30 artistas. Para cada personagem há um substituto à altura. “O show não pode parar”, diz a diretora e coreógrafa. “’Mudança de Hábito’ foi um grande sucesso no cinema. O meu desafio é que o público saia do espetáculo dizendo que no teatro é melhor”, afirma.
O musical está em cartaz no Teatro Renault (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411, Bela Vista), em São Paulo, às quintas e sextas, às 21h, aos sábados, às 17h e 21h, e aos domingos, às 16h e 20h.
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