Um retrato de Gustav Klimt pode ser posto à venda, podendo alcançar mais 30 milhões de dólares, para resolver um desentendimento entre uma fundação de arte vienense e a neta da mulher retratada no quadro, informou o advogado da neta nesta quinta-feira.
O simbolista austríaco Klimt pintou o retrato de Gertrud Loew em 1902, e o quadro pertenceu a ela pelo menos até 1938, um ano antes de ela fugir da Áustria para escapar dos nazistas.
Sua neta, Andrea Felsovanyi, residente nos Estados Unidos, vem contestando a propriedade com a Fundação Klimt, entidade privada que atualmente detém a obra.
O caso foi encaminhado a um comitê de especialistas. Segundo a lei austríaca, a fundação não pode ser forçada a abrir mão do quadro, mas segundo seu próprio regulamento a entidade deve devolver obras obtidas ilegalmente.
Nesta semana as duas partes disseram que o comitê determinou que a pintura foi tirada de seus donos legítimos e deveria ser devolvida.
O advogado de Felsovanyi, Ernst Ploil, que afirma que sua cliente recebeu uma certa liberdade para negociar, declarou à Reuters que agora gostaria que o quadro, que ele estimou valer “consideravelmente mais de 30 milhões de dólares”, fosse vendido a um museu ou colecionador particular. Os lucros poderiam ser divididos, disse, entre Felsovanyi e a Fundação Klimt.
“Estes são períodos de tempo durante os quais obras de arte – se pertenceram à Áustria – contam como tendo sido compradas em circunstâncias legalmente nulas, e devem ser devolvidas”, declarou Ploil.
“A Fundação Klimt e eu determinamos que iremos aplicar esta lei no tocante ao que deve ser feito com a pintura.”
A fundação afirmou estar buscando uma solução “justa e honesta” através das negociações com Ploil.