Regina almoça com Bolsonaro e com desafeto de secretária

Presidente da Fundação Palmares foi convidado; almoço é visto como um momento que pode definir a continuidade de Regina Duarte no governo

6 mai 2020 - 12h54
(atualizado às 13h07)

BRASÍLIA - O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo, chegou há pouco no Palácio do Planalto para almoço com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, o convite ocorreu nesta quarta-feira, 6. Camargo se notabilizou por estar no comando da fundação e se apresentar nas redes sociais como "negro de direita e antivitimista" e dizer que não há racismo no Brasil e que a escravidão foi benéfica aos descendentes.

Sérgio Camargo na Fundação Palmares
Sérgio Camargo na Fundação Palmares
Foto: Facebook/Reprodução / Estadão Conteúdo

"Sim, sim (fui convidado) agora há pouco. Ele (presidente) me ligou, obviamente aceitei o convite", disse. Camargo, contudo, afirmou não saber os demais participantes do compromisso. Bolsonaro, no entanto, está reunido em almoço com Marcelo Álvaro Antônio, ministro de Estado do Turismo, e Regina Duarte, secretária especial da Cultura.

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"Não me informou nada, apenas me convidou para um almoço", declarou. Segundo Camargo, o compromisso "não tem pauta" e que é "apenas uma gentileza".

O almoço com Regina, contudo, é visto como um momento que pode definir a continuidade dela no governo. Como revelou o Estado, Bolsonaro está incomodado com a ausência de Regina em Brasília e acredita que a secretária é suscetível ao setor "todo de esquerda". Já a secretária se sente desprestigiada e pressionada pela "ala ideológica" do governo.

Nomeação

Sérgio Camargo foi nomeado presidente da Fundação Cultural Palmares no dia 27 de novembro de 2019 e teve sua indicação suspensa dias depois, em 4 de dezembro, pelo juiz federal substituto Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal de Sobral (CE). Após recurso da Advocacia Geral da União, Sergio assumiu o cargo no fim de fevereiro.

A indicação de Sérgio Camargo para a presidência da Fundação Palmares foi criticada principalmente pelo movimento negro e iniciou-se uma disputa judicial acerca de sua permanência no cargo. Camargo já rejeitou publicamente a existência de racismo no Brasil, além de ter opinado que a escravidão foi positiva para os negros brasileiros.

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