"Tenho medo, mas confio", diz brasileira do Cirque du Soleil

12 abr 2013 - 16h04
(atualizado às 16h10)

Quem entra na estrutura montada pelo Cirque du Soleil no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, em um início da tarde se depara com artistas fazendo exercícios de saltos em uma espécie de gangorra, jovens se alongando, costureiras providenciando reparos em figurinos e uma série de equipamentos sendo preparados para o espetáculo Corteo. No meio de tudo isso, completamente à vontade no ambiente, circula Camila Comin, a brasileira que é um dos principais destaques do espetáculo.

Ex-ginasta, ela participou de três Jogos Olímpicos (1996, 2000 e 2004) antes de aceitar o convite para integrar o elenco de artistas do circo canadense. "Eles me chamaram e eu decidi que queria continuar na ginástica, queria ir para as Olimpíadas, estava bem focada nisso", contou em entrevista ao Terra. "Mas depois percebi que a minha tarefa estava feita no esporte e resolvi arriscar. Por que não?", completou. 

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Brasileira conta como entrou no Cirque du Soleil
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Ela não era assediada por acaso. "Tem os olheiros que veem o perfil da menina. E o perfil do Cirque du Soleil é bem específico, é 1,53 m de altura, tantos quilos, cor de pele, cor de olho, cor de cabelo. Eles procurar substituir a pessoa do espetáculo por outra exatamente igual. Parece uma pessoa gêmea", contou ela, que, aos 29 anos, mantém o corpo dos tempos de ginástica, com apenas 45 quilos.

Em 2007, Camila resolveu aceitar o convite e, de atleta, passou a ser artista. Mas garante que há muito mais em comum entre as duas profissões do que se imagina. "O esporte educa desde pequeno. É tanta disciplina, educação, respeito, horário, a persistência quando se tem um erro, a vontade de superar as dificuldades, assim como no circo", diz.

Em Corteo, uma fábula em que um palhaço imagina seu próprio funeral, Camila surge vestida de anjo e faz três atos. Em um deles, é arremessada de um lado para o outro por dois colegas de elenco. Mas, segundo ela, a confiança que tem nos companheiros é maior do que o medo de cair. "No começo, quando eu fazia trapézio, parecia uma montanha-russa, eu saía ofegante, achava que ia morrer do coração. Mas hoje estou bem acostumada, confio neles. Eu até tenho medo, porque existe risco, mas a confiança é muito grande", explica.

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Apresentando o espetáculo pela primeira vez no Brasil, a artista disse ainda que seus colegas de circo ficaram um pouco impressionados com a recepeção dos brasileiros. "Cada país, cada tradição, cada cultura reage de uma forma. Os japoneses, pela tradição, ficam quietos, porque consideram o barulho uma distração. Os europeus só aplaudem. Já o público brasileiro gosta de gritar. O pessoal comentou 'nossa, eles gritam tanto', mas essa é a nossa forma de expressão", analisa Camila.

A temporada de Corteo no Parque Villa-Lobos vai até o dia 14 de julho. Os ingressos custam entre R$ 190 e R$ 630.

Fonte: Terra
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