A gente pisca e, ops!, surge nova treta em A Fazenda. A sucessão de barracos é interminável. Tiro, porrada e bomba todo santo dia. Em apenas três semanas dessa temporada já aconteceu mais coisas do que em algumas edições inteiras do Big Brother Brasil.
Na segunda-feira (4), a casa voltou a estremecer com fofocas, trocas de ameaças, deboches, contestações cara a cara e ‘sangue nos olhos’. As divergências e rivalidades parecem ficar maiores a cada hora.
A quarentena inicial de paz e amor dura pouquíssimo no reality rural. Logo os participantes partem para o tudo ou nada. Explosivos e sem filtro, parecem bem mais autênticos do que a maioria dos brothers e sisters do ‘BBB’, onde as máscaras demoram a cair.
Os nervos à flor da pele quase o tempo todo dão dinamismo ao programa da Record TV. Não há o marasmo visto tantas vezes na atração da rival Globo. ‘A Fazenda’ entrega o que promete: entretenimento sádico baseado no pior que a convivência e a competitividade podem produzir.
Desta vez, um show à parte é oferecido por Solange Gomes e Rico Melquiades, o melhor anticasal da atração. Os bate-bocas entre os dois superam até a verborragia insolente de Karol Conká. Xingamentos mútuos – “feio pra caralh*”, “velha coroca”, “bicha, viado”, “futriqueira” – são música aos ouvidos dos telespectadores que defendem o ‘quanto pior, melhor’.
Enquanto o ‘Big Brother Brasil’ às vezes parece uma colônia de férias, com pouca ação, a atual edição de ‘A Fazenda’ se assemelha a um front de guerra com todo mundo disparando a munição nas mais variadas direções. Os peões atiram e, ao mesmo tempo, são alvos.
A direção do reality show sempre é criticada por escalar perfis distantes do primeiro escalão: artistas decadentes, ‘cancelados’ na mídia e subfamosos. Mas é justamente essa seleção que garante o sucesso do programa. São pessoas ávidas por conquistar ou reconquistar popularidade e prestígio. Algumas se superexpõem por não ter nada a perder – outras, como única maneira de se destacar.
Assim como o ‘BBB’ tem as famigeradas ‘plantas’, há ‘espantalhos’ em ‘A Fazenda’, que pouco contribuem, porém, não prejudicam o espetáculo. O número de desafiantes que fazem de tudo pelo protagonismo é bem maior. Em casa, o público só precisa ligar a TV para apreciar o caos a cada episódio. O fogo no parquinho, ou melhor, no curral, é inapagável.