Você já viveu um amor de Carnaval? As paqueras aquecem nessa época, momento de intensidade, alegria e magia no qual nos permitimos extravasar.
Entretanto, ainda que desejemos, às vezes não surge nem uma paixãozinha mais longa, mesmo que apenas por alguns dias ou mesmo horas, ou minutos…
Por que algumas relações sobrevivem ao Carnaval, tornando-se duradouras, e outras não?
Esta é a época em que nos permitimos dar vazão aos impulsos que na nossa rotina ficam reprimidos.
Seja pela timidez ou pelas próprias pressões do dia a dia, tendemos a nos comportar de modo mais sério e emocionalmente distante dos outros.
Ainda que o Carnaval possa significar exageros e motivos de remorsos (como traição), por outro lado, nos permite ir além das vergonhas e travas que limitam a expressão de quem realmente somos no cotidiano.
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Extravasando verdade
Quando extravasamos este lado mais espontâneo, geralmente reprimido, nossas atitudes passam para o outro uma imagem mais de acordo com a nossa verdade. Assim, atraímos pessoas que correspondem a essa sintonia.
A relação tende a ser gratificante, seja ela momentânea ou a longo prazo, porque mais efetivamente toca nosso coração.
Por outro lado, se geralmente nos reprimimos demais, tendemos a extravasar nossas energias por meio de atitudes exageradas. Entenda melhor aqui para onde vai a raiva silenciada.
É como se fossemos uma panela de pressão que explode. Quando toda a energia que represamos é liberada no Carnaval, o que vivenciamos é uma versão distorcida de quem realmente somos.
Neste caso, tendemos a atrair pessoas que também validem essas distorções. Se somos muito pudorosos, com o exagero.
E aí ficamos mais sujeitos a experimentar um momento em que a sensualidade e sexualidade explodem, nos levando a relações que depois nos causam os já citados vergonha e remorso.
Se estamos muito carentes, a maior liberdade do amor de Carnaval pode favorecer a vivência do número máximo de relações.
Mesmo que elas sejam fugazes, apenas para compensar o vazio que sentimos ao longo do ano — ou prevemos sentir nos próximos meses.
Esses são apenas alguns exemplos que podem acontecer, de maneira mais intensa ou mais sutil, com foliões.
E quando acaba a folia?
O fim do amor de Carnaval, porém, pode trazer o gostinho de quero mais. O problema é a ansiedade que pode surgir.
Se antes nosso desejo era de viver o máximo durante os dias de festas, agora fica a angústia de não saber se a relação que nasceu durante a folia vai perdurar.
Nesse momento é preciso direcionar a mente positivamente, mantendo-a aberta para todas as possibilidades e gerenciando as expectativas de maneira saudável (saiba mais sobre aqui).
Quando sabemos lidar com as expectativas, mesmo que a relação não vingue, esta vivência pode, sim, continuar a ser enriquecedora.
Se o peso das expectativas ficar desagradável, podemos buscar ajuda para aprender a lidar melhor com elas e favorecer nossa vida afetiva.
É claro que o vínculo que se originou na folia pode vir a se firmar. É importante, lembrar, porém, que o que vivenciamos nesta época costuma ser uma versão diferente de nós mesmos.
Ao voltar para a vida normal, a relação — assim como nós mesmos — também pode mudar.
A profunda afinidade vivenciada ao longo das festas pode desaparecer. Pode ser que uma das pessoas se mostre bastante diferente ao tentar continuar a relação ao retomar o dia a dia.
Mas, se somos nós mesmos que caímos na falta de alegria, nas travas do dia a dia ou nas expectativas exageradas, isto nos ajuda a ficarmos mais atentos e nos impulsiona a melhorar.
Pode ser, ainda, que nos mantenhamos alegres, abertos e tranquilos, e a outra pessoa não consiga o mesmo.
O mais importante é que, se conseguirmos fazer isso, mesmo que esta relação não siga em frente, outra surgirá e estaremos mais preparados e com mais harmonia.
Não espere o Carnaval para ser feliz
Não é preciso esperar o Carnaval para sermos mais espontâneos e verdadeiros. Se quiser descubra aqui se você consegue ser feliz.
Podemos nos trabalhar para não nos deixar levar pelas pressões do dia a dia, timidez ou expectativas.
O mais importante é perceber como o amor de Carnaval modifica nossas atitudes nas interações afetivas para estarmos conscientes ao longo do ano todo.
Se trabalharmos nossa consciência e autoconhecimento de maneira contínua, vamos aproveitar mais, não só o amor de Carnaval, como os amores durante o ano todo, abrindo o coração de forma espontânea aos outros.
Para refletir
- Costumo me arrepender depois do Carnaval pelos excessos cometidos?
- Espero o ano inteiro para aproveitar este momento e o resto do ano parece bem mais sem graça?
- Costumo sofrer com a perda do amor de carnaval que parece perfeito, mas depois acaba sem explicação?
- Sinto angústia em relação à superficialidade das relações que vivencio?
Caso você tenha respondido 'sim' a uma dessas perguntas, vale a pena aprofundar seu autoconhecimento para entender a sua forma de amar.
Para isso, o trabalho terapêutico pode ajudar você a passar por esse processo de reflexão de forma mais rápida, serena e consciente.
O post Amor de Carnaval pode durar? apareceu primeiro em Personare.
Ceci Akamatsu (ceciakamatsu@gmail.com)
- Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.