De vendedor de latinha a autor de hit: estreante leva pagodão ao carnaval de Salvador

Oh Polêmico, assim como O Kannalha, leva ritmo tradicional nas periferias baianas para circuitos Dodô e Osmar

14 fev 2023 - 05h00
(atualizado às 17h52)
Oh Polêmico, de 23 anos, é dono do hit 'Deixa eu Botar meu Boneco', que promete movimentar o Carnaval 2023
Oh Polêmico, de 23 anos, é dono do hit 'Deixa eu Botar meu Boneco', que promete movimentar o Carnaval 2023
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Exatos 1.092 dias separaram os soteropolitanos do carnaval. Isso porque, apesar de outras capitais do País terem liberado alguns festejos no ano de 2022, os trios elétricos não ligaram os motores por aqui. Agora, imagine a sede que os baianos e turistas estão de viver esse momento. E para os artistas? São mais de 1.000 atrações gratuitas, fora os blocos pagos, camarotes e festas privadas. No meio disso tudo, a emoção é ainda maior para os novatos.

Dentre tantas novidades anunciadas para a festa, alguns chamam atenção. O pagodão, ritmo tradicional feito nas periferias baianas, ganhou destaque nos circuitos Dodô e Osmar, representado por cantores como O Kannalha e Oh Polêmico, estreantes na folia. 

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Oh Polêmico, de 23 anos, já estreia com uma responsabilidade de peso: é ele o dono de um dos hits que prometem fazer a festa no carnaval. A dancinha de Deixa eu Botar meu Boneco estourou nas redes sociais de uma hora para outra, como ele mesmo conta. “Eu estava apostando em uma outra música, que é Algema e Bota, e do nada veio Boneco, e virou hitzão do verão. Com fé em Deus vai ser a música do carnaval”, comemora. 

Apesar da vibração com a folia momesca, Oh Polêmico confessou ao Terra nunca ter saído para curtir o carnaval nos circuitos. Tendo trabalhado por muitos anos vendendo latinha na festa, o pagodeiro criou um certo medo depois de presenciar brigas nas ruas e preferia curtir em casa. 

Por outro lado, O Kannalha, também estreante nos trios elétricos, só não curtiu mais o carnaval porque a mãe não deixava. Ele, que tem 24 anos, chegou a ir escondido ainda adolescente para a Barra/Ondina tentar ver o trio de Bell Marques passar. Depois disso, todas as outras experiências com o carnaval já foram como músico, mas nunca como cantor. "Eu já toquei no Campo Grande, já toquei na Barra, mas essa é a minha primeira oportunidade de descer cantando. E é a melhor expectativa possível”, afirma. 

Pagode proibidão estourou

Quem é de Salvador já conhece o pagodão. Todo soteropolitano nasce e cresce ouvindo esse ritmo marcado pelo batuque. Mas, de uns tempos para cá, o ritmo tem ganhado novos contornos e servido como plano de fundo para artistas de fora do cenário baiano. Foi nesse contexto que surgiu a parceria entre Pabllo Vittar e O Kannalha, que juntos também vão puxar um trio no carnaval.

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O Kannalha fez feat com Pabllo Vittar
Foto: @camilaadukefotografia

A proposta partiu da Pabllo, artista de destaque no cenário nacional, que seguiu O Kannalha em uma rede social e por lá mandou o convite. "Ela tinha mandado mensagem elogiando meu trabalho, dizendo que tava acompanhando, que tinha gostado do estilo e visto um diferencial", conta O Kannalha, que, fora dos palcos, responde por Danrlei Orrico. Daí, nasceu Penetra, música que compõe o álbum mais recente da Pabllo.

E não é só esse hit. Oh Polêmico também já adiantou para o Terra que está colocando voz em um remix com Gloria Groove. Além disso, vira e mexe um pagodão viraliza em trends do TikTok e no Kwai. "Eu estou sentindo  que hoje o pagode está vivendo um de seus melhores momentos, porque é uma geração, uma forma de falar, uma forma de se vestir que tá sendo potencializada. E os jovens estão sabendo espalhar essa informação", considera O Kannalha. 

Ele, assim como Oh Polêmico, representa o chamado "pagode proibidão", por cantar de forma mais explícita e brincar com o duplo sentido. Até pouco tempo atrás, era raro que esse ritmo saísse dos paredões - festas que ocorrem nas periferias da Bahia. Mas, talvez pelo impulso dado pelas redes sociais, passou a conquistar mais e mais ouvintes.

A explicação, para Oh Polêmico, se deve ao fato de terem sido feitas algumas "limpezas" nas músicas para que fossem tocadas na rádio e na TV. Já O Kannalha vai por um outro lado. Ele defende que haja menos preconceito com o ritmo e o equipara aos funks de grande sucesso do Brasil. 

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Fonte: Redação Terra
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