O cantor e sambista Germano Mathias morreu nesta quarta-feira, 22, aos 88 anos. A confirmação veio de sua produtora, Angélica Tobias. Segundo ela, o músico enfrentava uma pneumonia muito severa. A morte também inspirou um post na conta oficial de Germano no Facebook: "Neste momento, infelizmente informamos que o Catedrático do Samba deixou esse plano. Indo para as esferas superiores".
Catedrático do samba era, de fato, um de seus apelidos, especialmente por causa do jeito peculiar com que interpretava os sambas, sempre de forma sincopada, e, como acompanhamento, a batida com a tampa de uma lata de graxa, herança dos engraxates da Praça da Sé, com quem conviveu no início da década de 1950.
Germano nasceu no bairro do Pari, em 2 de julho de 1934, filho de imigrantes portugueses. Aos 14 anos, foi convidado a integrar a escola de samba Rosas Negras, na ala da bateria.
Ele trabalhou como camelô, marreteiro e vendedor de pomadas e sabão até iniciar a carreira de músico no dia 26 de outubro de 1955, quando se apresentou no quadro À Procura de um Astro, do programa Caravana da Alegria, que J. Silvestre, Cláudio Luna e Élcio Álvares tinham na Rádio Tupi de São Paulo. Ele defendeu Minha Nega na Janela, composição sua com Firmo Jordão que mais tarde seria um dos seus sucessos em gravação pela Polydor. Foi o melhor entre 300 candidatos e ganhou um contrato com a Tupi, com duração de catorze meses.
Em 1957, ganhou o Troféu Roquette Pinto de revelação masculina (ao lado de Maysa, que ganhou o de revelação feminina), o que lhe deu um impulso na carreira. Já era conhecido quando começou a gravar composições de Zé Keti, que conheceu na Mangueira, no Rio.
O sucesso, porém, não durou muito - Germano deixou de ser convidado para shows e gravar discos para trabalhar como oficial de justiça criminal.