Oh Polêmico: dono do hit 'Deixa eu botar meu boneco' revela que nunca curtiu carnaval

Em conversa com o Terra, celebrou repercussão da música, que 'furou fila' e se tornou aposta da banda para o carnaval de Salvador

15 fev 2023 - 05h00
(atualizado às 09h46)
Oh Polêmico
Oh Polêmico
Foto: Divulgação

Pode ser que para você Oh Polêmico, cantor da música 'Deixa Eu Botar Meu Boneco', seja uma figura nova no meio musical. Mas desde 2020, a voz de Deivison Nascimento, de 23 anos, embala hit atrás de hit.

Tudo começou com a música 'Online e Metendo', que viralizou quando ele ainda era vocalista da banda O Metrô. Depois disso, o 'Samba do Polly' virou até jingle para campanhas políticas - pasme, a voz do cantor marcou as campanhas do governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT) e do seu então rival na disputa, ACM Neto (UNIÃO).

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A diferença é que agora Oh Polêmico parece ter quebrado as barreiras geográficas, viralizou no TikTok e se tornou sucesso no Brasil e até fora -- com a ajudinha do 'coreano pagodeiro'.

O jovem, que nunca saiu para curtir o carnaval de Salvador, agora está ansioso para puxar uma multidão de cima de um trio elétrico. Em conversa com o Terra, Oh Polêmico falou sobre a proporção que 'Deixa Eu Botar Meu Boneco' ganhou, confessou que essa não era sua primeira aposta como hit e revelou uma nova parceria que deve sair depois do carnaval.

Confira a entrevista na íntegra!

Carnaval é pra beijar na boca?
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Se apresenta para gente: quem é Oh Polêmico?

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Quem está por trás do Oh Polêmico é Deivisson Nascimento Santos. Tenho 23 anos, tenho um filho de 7 anos. Comecei minha carreira com 15 anos cantando funk. Depois, passei pro [sic] pagode. Montei um projeto com meu pai em Guarajuba, depois vim morar em Salvador. Fiz parte da banda O Metrô e de lá fui para a A5 Produções, que é onde eu tô hoje. 

Pra você, o 'Samba do Polly' foi um marco? A música tem uma polêmica também... Foi jingle para Jerônimo (PT) e depois para ACM Neto (União)... 

Sim, foi o 'Samba do Polly' [um marco]. Eu sempre apoiei ACM Neto, sempre fui fã de ACM Neto e Bruno Reis. Foi mais trabalho com Jerônimo.

E, em seguida, você já lançou 'Deixa Eu Botar Meu Boneco', que ganhou uma projeção nacional enorme, né?! Qual foi a sensação de ver esse sucesso?

Foi uma projeção nacional e internacional. Vários digital influencers, jogadores de futebol, outros artistas também tão escutando, compartilhando, fazendo vídeo dançando. É gratificante. Foi uma sensação surreal, eu fiquei sem acreditar. Eu estava apostando uma outra música, que é 'Algema e Bota' e do nada veio 'Boneco', e virou hitzão [sic] do verão. Com fé em Deus vai ser a música do carnaval. 

Tem uma música de peso nessa disputa, que é 'Zona de Perigo', de Léo Santana. Muita gente brinca que a disputa está entre essas duas músicas. O que você acha disso?

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Eu sou fã de Léo. Tenho ele como ídolo no pagode. É uma disputa sadia. Eu estou curtindo a música dele também, vai entrar no meu repertório para o carnaval. Mas eu acho que a nova geração tem que ter uma oportunidade de também estar avançando. Com fé em Deus, vai ser a música do carnaval 'Deixa Eu Botar Meu Boneco'. A favela abraçou, geral abraçou. A gente vai pra cima, a gente vai trazer esse prêmio aí para representar Salvador e a Bahia lá fora. 

 

O pagode proibidão é um ritmo muito forte em Salvador, mas mais restrito aos paredões, à periferia de Salvador. O Samba do Polly e Deixa eu Botar meu Boneco conseguiram extrapolar isso. Por que essas músicas conseguiram quebrar essa barreira agora?

A gente fez duas versões: uma versão paredão e uma versão mais light pras [sic] rádios e a TV, que é essa que tá [sic] rodando aí. E eu acho também que a música não é pesada, o refrão não é pesado. As pessoas interpretam de várias formas o que é "deixar botar meu boneco", então, é isso aí que tá levando a música pra fora e geral tá curtindo. Tem que ter um duplo sentido. É necessário ter essa limpeza, porque aí escuta crianças, pessoas de idade. 

Há alguns anos a gente teve uma polêmica enorme envolvendo músicas 'proibidonas', o que levou à criação da Lei Antibaixaria na Bahia. Tem diferença entre o teor das músicas do proibidão de agora para aquelas que geraram toda essa movimentação? 

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A gente evoluiu em algumas coisas. Eu canto o que o povo pede, eu canto a realidade, o que o povo fala no dia a dia da favela. Eu faço o proibidão, mas, como eu falei, tamo [sic] trabalhando a versão ligth, a versão limpa, para entrar em rádio e nas TVs. 

De onde vem a inspiração para as letras? 

Eu sempre fico em casa criando, escutando trap, escutando funk, e daí vem surgindo, eu vou criando.

Sobre o carnaval, é o seu primeiro ano saindo. Como que está a expectativa?

A expectativa tá lá em cima, bastante ansioso, trabalhando muito, querendo que chegue logo, para poder fazer um showzão, com o repertório atualizado. E vencer, né? Que é o mais importante. E terminar do jeito certo, tranquilo, em paz, com Deus na frente. 

Você já disse que não gosta de sair no carnaval para curtir. Qual o motivo disso?

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Já presenciei muita violência no tempo que eu trabalhei com meu tio na Barra. Daí, eu ficava cismado de curtir. Tinha amigos que iam curtir, mas eu não ia. Eu ia para trabalhar, vender cerveja, essas coisas. Eu trabalhava no tempo que eu tinha 13, 14 anos. Até os 15, 16 anos, eu ainda ia trabalhar, mesmo começando a carreira aos pouquinhos.

Você já está pensando em lançar outras músicas ou vai curtir um pouco o sucesso de 'Deixa Eu Botar Meu Boneco'?

Passado o carnaval, eu vou continuar curtindo a música do 'Boneco', que é uma música forte, que eu sei que não vai morrer agora. Mas vão vir músicas novas, lançamentos, e vai vir feat. Eu estou colocando voz agora em um remix com Glória Groove, que deve sair depois do carnaval. 

Fonte: Redação Terra
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