Durante o carnaval deste ano, um grupo de bate-bolas - nome dado a uma fantasia carnavalesca característica do Rio de Janeiro - desfilou estampando o rosto de Hitler nas vestes. As imagens viralizaram nas redes sociais e provocaram a abertura de uma investigação por parte da Polícia Civil do Estado.
O caso está sendo coordenado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Por meio de nota, a Decradi disse que "foi expedido ofício para a Secretaria Municipal de Cultura para identificar os responsáveis pelo bloco".
O grupo refere-se ao Virtual de Madureira, que, após a repercussão, se pronunciou em nota nas redes sociais. "O tema escolhido não foi para exaltar um ditador que matou milhares de pessoas, foi sim uma crítica pelos atos feitos pelo ditador Adolf Hitler", diz o texto.
"Nois [sic] da turma virtual não concordamos com os atos feitos pelo ditador e nunca exaltamos o ódio e nem o racismo porque como visto nas fotos a maioria dos componentes da nossa turma são negros, somos negros, trabalhadores e pais de família", continua a nota, que termina com um pedido de desculpas.
Os bate-bolas são grupos tradicionais da periferia carioca e, desde 2012, são considerados Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade.