Daniela Mercury faz a homenagem aos ícones dos blocos afro de Salvador e enaltece a cultura local. Ela se apresenta no carnaval de Salvador em 2024.
A cantora Daniela Mercury é um dos destaques da programação do Circuito Barra-Ondina no segundo dia de carnaval de Salvador. Nesta sexta-feira, 9, antes de receber a paraense Dona Onete em seu trio, ela falou ao Terra sobre a homenagem que fará aos blocos afro de Salvador. As agremiações são tema do carnaval deste ano na capital.
"Hoje eu estou homenageando o Araketu, o Cortejo Afro e os Filhos de Gandhy. Esse carnaval inteiro tem essa homenagem a partir dos 50 anos do Ilê Aiyê, que é um bloco que transformou a cultura baiana, que fez uma revolução e se conectou com toda a luta antirracista do mundo", destacou Daniela.
A baiana lembrou que Salvador é uma cidade predominantemente negra e com cultura que remete àquela compartilhada entre os paíes da África. Mesmo com a herança dos colonizadores portugueses, a cidade não perdeu sua identidade ancestral.
"Os blocos afro nasceram com a cultura de percussão, com o feitiço dos tambores, com a resistência. E é tudo feito da maneira mais bonita do mundo, que é fazendo o nosso carnaval, e estendendo para o mundo inteiro os espetáculos, apresentações e repertórios, e formas de tocar, que são únicas no mundo inteiro", acrescentou.
“Eu me orgulho muito, porque o que a gente faz aqui não existe em nenhum lugar do mundo, e o mundo inteiro reverencia. Então que a gente aprenda a amar os blocos afro mais do que nunca”, concluiu a artista.
Este ano, Daniela já se apresentou no carnaval de Salvador na quinta, 8, quando esteve ao lado de Fafá de Belém. A agenda da baiana também inclui apresentações no sábado, 10, e domingo, 11, também na capital baiana. Na semana seguinte, no dia 18, ela leva o bloco Pipoca da Rainha para o Centro de São Paulo.
Carnaval debaixo de chuva
Além de Daniela Mercury, também marca presença na Avenida Oceânica, em Salvador, uma 'foliã' um tanto indesejada: a chuva. De acordo com o Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil, até as 15h, o acumulado de chuvas na região dos circuitos Osmar (Campo Grande) e Dodô (Barra-Ondina) foi de 46 milímetros. Mais cedo, a Defesa Civil já tinha emitido alerta para chuvas na capital.
Apesar da previsão do tempo, o eletricista Júnior Pinha, de 45 anos, não desanimou. Morador de Candeias, na Região Metropolitana, ele viajou até a capital baiana com a esposa Jaciara
"É ter consciência que tá chovendo e tentar curtir o máximo possível. A gente queria que o sol estivesse tinindo, mas está chovendo, fazer o quê?", disse Júnior.
A estudante de enfermagem Jaciara Bujota, de 48 anos, também não se incomoda com a chuva. "Não vou comprar capa, não, vou encarar", brincou.
Pelo segundo ano seguido, o coordenador de tecnologia João Carlos Guimarães, de 32 anos, sai de São Paulo para o carnaval de Salvador. Literalmente, faça chuva ou faça sol.
"Faça chuva ou faça sol, vamos curtir. A chuva não para a gente não", afirmou.
