"Bafônico, amado", "criteriosíssima", "um luxo" e outras frases de efeito do comentarista das transmissões dos desfiles de Carnaval da Globo, Milton Cunha, estão conquistando os telespectadores que acompanham as escolas de samba ao longo dos últimos anos. Por conta disso, o ex-carnavalesco que sempre usa ternos coloridos sempre acaba virando "meme" nas redes sociais na época da folia.
Talvez a única que chame mais a atenção que as falas espalhafatosas seja o conhecimento de Milton Cunha. Não importa se o desfile fale do Brasil colonial, da Grécia antiga, de religiões da África central ou do subjetivo conceito de amor, o comentarista, sempre afiado, encanta o público com seus apontamentos precisos e curiosidades sobre o tema proposto pelas agremiações. Isso ainda se soma a uma enorme vivência no Carnaval. Não são poucos os mestres de bateria, diretores de escola ou carnavalescos que são "amados" de Cunha.
Mas se você pensa que a sensação do Carnaval tem apenas experiência na avenida, está enganado. O currículo de Milton Cunha é de dar inveja em muitos intelectuais. Pós-doutor em História de Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele também tem mestrado e doutorado em Letras e Semiologia pela mesma instituição. É graduado em psicologia. Atualmente, é professor da disciplina de Produção de Carnaval na Associação Brasileira de Produção Cultural
A experiência na avenida também é extensa: passou por várias escolas do Rio de Janeiro, entre elas a Beija-Flor, Unidos da Tijuca e a campeã de 2020, Viradouro. Também passou pelo Carnaval paulista, trabalhando na Leandro de Itaquera. Além disso, ele é diretor artístico dos espetáculos da Cidade do Samba, área que abriga os barracões das escolas cariocas. Ainda foi carnavalesco em uma escola de samba em San Luis, na Argentina e trabalhou em espetáculos ligados à maior festa brasileira por todo o mundo.
O comentarista e professor ainda escreveu um livro: "Carnaval é Cultura, poética e técnica no fazer Escola de Samba", lançado em 2015. Atualmente, ele trabalha em sua segunda publicação, que vai se chamar “Signos, significados e significantes na Sapucaí’’. A experiência profissional de Cunha, no entanto, vai além do Carnaval e da parte acadêmica. Ele também tem experiência com cenografia de shows e já trabalhou com artistas como Luan Santana e Ney Matogrosso.
Na televisão, além das transmissões dos desfiles de Carnaval na Globo, também já comentou o festival de Parintins, sobre o qual também é especialista, além de ter sido jurado de um show de talentos na Record. E se você está procurando mais conteúdo de Milton Cunha, saiba que ele também possui um canal no YouTube, onde lê poesias e manda recados para levantar a autoestima, sempre com aquela combinação perfeita de pompa e conhecimento que tornou Milton Cunha a figura mais amada do Carnaval brasileiro.