Que o samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel já é hit antes mesmo do carnaval, todo mundo sabe. O que alguns foliões podem não saber é que o Luiz Inácio citado na canção não é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como parece à primeira vista. Na verdade, se trata de um do homônimo do chefe de Estado.
Escrita por Paulinho Mocidade e Marcelo Adnet, “Pede Caju que dou… Pé de caju que dá!” é uma celebração ao fruto 100% brasileiro. Por esse motivo, era impossível contar a sua história sem falar do cajueiro-rei, localizado em Pirangi do Norte, no Piauí.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema-RN), a árvore gigante conta com 9.000m² de extensão e 500 metros de perímetro. Os números impressionantes deram à gigante plantação o título de Maior Cajueiro do Mundo pelo Guinness Book, em 1994.
Uma das teorias levantadas e que alimentam a tradição oral do Rio Grande do Norte é que essa história começou lá em 1888, quando um pescador plantou o cajueiro. O nome dele era Luiz Inácio de Oliveira! Reza a lenda que o homônimo do presidente Lula morreu aos 93 sob a sombra dessa árvore gigante que ele mesmo cultivou.
Na sinopse do enredo para o carnaval de 2024, a Mocidade confirma a referência. O texto assinado pelo jornalista Fábio Fabato cita a história: “Em Pirangi do Norte (quina litorânea superior do país), no ano da libertação dos escravos, um pescador de nome Luiz Inácio plantou o danado que vestiu a faixa de “Maior Cajueiro do Mundo”.
Para explicar o “mal entendido”, a escola da Vila Vintém deve contar a história do pescador em um carro alegórico grandioso. Na última sexta-feira, 19, a Mocidade apresentou a criação em uma rede social. A terceira alegoria da agremiação vai retratar a disputa do título de maior cajueiro do mundo. “De um lado, o paraíso do Delta do Parnaíba. Do outro, o Cajueiro plantado pelo pescador Luiz Inácio”, comunicou.
Nos comentários, muita gente admitiu a confusão. “E eu pensava que o Sr. Luiz Inácio era o presidente!”, escreveu um folião. “Meu irmão pensou o mesmo e tive que explicar para ele”, respondeu outro usuário.
A verdade é que, ao ouvir a letra, a relação com o presidente da República é a primeira coisa que pode-se pensar para quem não conhece a história do cajueiro-rei mais profundamente. No entanto, os foliões agora podem cantar os versos “E nessa terra, onde tamanho é documento / Vou erguer um monumento para Seu Luiz Inácio!” sabendo que se trata de uma grande coincidência.
A Mocidade Independente de Padre Miguel vai ser a primeira a entrar na Marquês de Sapucaí na segunda-feira de carnaval, dia 12 de fevereiro.