RJ: saiba como foram os dois dias de desfiles na Sapucaí

Entre problemas, escolas de samba cantam cultura popular

4 mar 2014 - 10h08
(atualizado às 10h35)

O Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro chegou ao fim na manhã desta terça-feira (4), depois de 12 desfiles que encantaram a Marquês de Sapucaí desde a noite de domingo. As escolas de samba cariocas realizaram apresentações visualmente muito bonitas, algumas inclusive com atrações surpreendentes, e em sua maioria exaltaram a cultura popular nacional. Algumas agremiações, porém, não se livraram dos contratempos com alegorias ou fantasias.

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A Império da Tijuca inaugurou as apresentações na Sapucaí com um enredo para contar a história da percussão no território brasileiro. Ao longo do desfile, a escola mencionou importantes manifestações populares que estão diretamente relacionadas ao batuque, como a capoeira, a dança do fogo, o maracatu, o frevo e o boi-bumbá, além das religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda.

<p>Carro da Mangueira entalou em uma torre do sambódromo e acabou danificado</p>
Carro da Mangueira entalou em uma torre do sambódromo e acabou danificado
Foto: William Volvoc / Brazil Photo Press

Vários desses temas apresentados pela Império da Tijuca foram resgatados horas depois pela Mangueira, que celebrou as festas populares da cultura brasileira e não se esqueceu de citar a diversidade, incluindo a Parada do Orgulho Gay. O enredo, assinado pela tarimbada carnavalesca Rosa Magalhães, encantou a avenida com um desfile bastante colorido, mas que foi prejudicado por um problema já em seu final: um carro entalou em uma coluna da Sapucaí e foi danificado. A escola pode perder décimos preciosos na apuração.

Homem é lançado de canhão em cenografia da Grande Rio
Foto: AFP

Ainda no primeiro dia de desfiles, outra escola que teve uma apresentação interessante foi a São Clemente, com um enredo exaltou as favelas. Já a Grande Rio homenageou o município fluminense de Maricá, mas chamou a atenção ao apresentar um homem-bala na avenida. O Salgueiro também surpreendeu: no enredo, sobre a relação entre o ser humano e o planeta Terra, uma componente de um carro alegórico levitou sobre o globo terrestre, intrigando o público na Sapucaí. O primeiro dia terminou com um tributo que a Beija-Flor prestou a José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-diretor-geral da Rede Globo.

Segunda noite tem Senna, Zico e brinquedos

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A cultura popular continuou em evidência na última noite do Grupo Especial carioca. A Mocidade Independente de Padre Miguel homenageou o carnavalesco pernambucano Fernando Pinto, morto em 1987, em um enredo que mostrava também diversos temas da cultura do Estado nordestino, como o maracatu e o bumba meu boi.

O esporte também passou pela Sapucaí na segunda noite do Grupo Especial, com duas homenagens realizadas a dois personagens importantes da história desportiva brasileira: o piloto Ayrton Senna, cuja morte completa 20 anos em 2014, e Zico, que virou enredo horas depois de comemorar 61 anos de idade.

A homenagem a Senna foi realizada pela Unidos da Tijuca, de uma maneira insólita: para fugir dos clichês, a escola baseou seu enredo na velocidade – por isso, não faltaram personagens de desenho animado, como Sonic, Papa-Léguas, Ligeirinho e Dick Vigarista. O tributo a Senna ficou por conta da comissão de frente, do abre-alas e dos últimos dois carros alegóricos.

Zico virou o "Rei Arthur X" na homenagem de aniversário que ganhou da Imperatriz Leopoldinense
Foto: AFP

Já Zico, que em 3 de março comemorou o 61º aniversário, foi coroado “Rei Arthur X” nas primeiras horas do dia 4, no desfile da Imperatriz Leopoldinense. O ex-craque do Flamengo e da Seleção Brasileira viu, por alguns instantes, as arquibancadas da Sapucaí lembrarem o Maracanã, ao ter seu nome gritado enquanto desfilava como destaque no último carro da escola.

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Carro da União da Ilha teve problemas - telão inclinou para frente e quase caiu
Foto: AFP

Outra apresentação que levantou a Sapucaí foi da União da Ilha, que coloriu a passarela do samba com um enredo sobre brinquedos e brincadeiras. Mas o divertido desfile teve problemas após o telão de um carro alegórico tombar e deixar o destaque pendurado. Quem também teve a performance comprometida foi a Vila Isabel, campeã de 2013: as fantasias de quatro alas não foram entregues a tempo para o desfile que homenageou a vegetação brasileira e o seringueiro e ativista Chico Mendes.

A última noite do Carnaval carioca ainda teve a apresentação da Portela, que por pouco mais de uma hora transformou a Sapucaí na Avenida Rio Branco, importante via do trânsito carioca e que cruza o centro da cidade do Rio de Janeiro. A escola, que não vence o Grupo Especial desde 1984, se destacou com efeitos especiais – em um deles, um pequeno helicóptero com formato de águia sobrevoou a passarela.

Fonte: Terra
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