Um dos shows mais esperados do segundo dia de Festival de Verão, Daniela Mercury resolveu homenagear a história de resistência do Ilê Aiyê, o bloco afro mais antigo do Brasil que completa 50 anos em 2024. A apresentação contou com as participações especiais da cantora e ministra da Cultura, Margareth Menezes, e da banda do próprio Ilê Aiyê. Em conversa com a imprensa, Daniela ressaltou a importância do bloco para a sua carreira e influência na música e no carnaval.
“Para mim, o samba é nascido dos blocos afro a partir do Ilê Aiyê, que é o ‘Mais Belo dos Belos’ e o mais antigo, e foi ganhando nuances em outros blocos. Eu fico muito feliz sou muito fã deles e dediquei parte da minha vida para fazer esse tipo de música para trazer essa música para todos os ambientes, todo o Brasil e cantos do mundo. Quando eu chego na Espanha, em Portugal, que eu canto o ‘Mais Belo dos Belos’ todo mundo responde. Todo mundo canta. É uma música linda, consistente, original, com a beleza da nossa dança afro, que só existe aqui na Bahia. Não existe em outro lugar no mundo”, revelou.
Ao Terra, o fundador e presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos, conhecido como Vovô do Ilê, a valorização do bloco perpassa pelo reconhecimento da cultura negra presente na cidade de Salvador.
“Esse momento é muito especial porque são 50 anos de Ilê Aiyê, do bloco afro da periferia com maioria de negros, que começou a fazer essa movimentação diferente no carnaval. E, a partir dele, foram surgindo outros blocos e deu o pontapé para o surgimento do axé. Tudo isso é muito importante”, pontuou.