Em homenagem a Mandela, Psirico faz Carnaval sem segregação

28 fev 2014 - 17h51
(atualizado às 20h26)

No Carnaval baiano, qualquer assunto pode virar motivo de folia. Até mesmo Nelson Mandela. Inspirada nos ensinamentos do líder sul-africano, que morreu no ano passado agraciado com o prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o regime segregacionista do apartheid, a banda Psirico decidiu se apresentar nesta sexta-feira (28), no circuito Barra-Ondina, em Salvador, sem o uso de cordões, tradicionais barreiras que separam o público entre aqueles que pagam pelos abadás do trio elétrico e aqueles que se espremem do lado de fora, conhecidos como “pipocas”.

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“Mandela chegou, Salvador”, anunciou o vocalista do Psirico, Marcio Vitor, que usava inclusive uma peruca branca alusiva aos cabelos grisalhos do ex-presidente da África do Sul.

“Eu queria prestar uma homenagem a uma pessoa muito especial. Mandela deixou um legado muito importante para todos nós, por dizer não ao apartheid racial, não ao apartheid social. Por isso, nós vamos fazer deste um Carnaval do não preconceito”, pregou o vocalista, autor do hit do momento, Lepo Lepo.

Sem os cordões, o trio recebeu o nome de “arrastão do povo”, nas palavras de Marcio Vitor. “A intenção do arrastão é retribuir ao povo o amor e sucesso que tivemos graças a ele. De nada adiantava a gente vir aqui e querer lucrar em cima de vocês. Por isso a gente decidiu fazer o trio de graça”, afirmou o cantor, arrancando aplausos da multidão.

Ao entoar Lepo Lepo, o vocalista não conteve as lágrimas e, ao final, exaltou "o povo da favela": "é o melhor do Brasil". "O trabalho foi duro pra chegar até aqui", continuou Márcio, que recebeu em troca muitos gritos de "já ganhou", em referência ao título de música do Carnaval.

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Fonte: Terra
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