Os ponteiros apontavam 6h00 de sábado quando a Nenê de Vila Matilde viu os portões do Sambódromo da Anhembi se abrirem para que ela fechasse o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval paulista. “Amanheceu, resplandeceu, outra vez clareou”, dizia (como se já previsse o nascimento da manhã paulistana) o primeiro verso do samba-enredo da escola, que homenageou o país africano Moçambique na passarela do samba. A passagem da Nenê pela avenida teve céu escuro e claro. O amanhecer deu um charme mais do que especial à apresentação da tradicionalíssima escola 11 vezes campeã do Carnaval de São Paulo.
Antes mesmo de começar, o desfile da agremiação da Zona Leste de São Paulo teve contornos diferentes dos das seis escolas anteriores. Isto porque o presidente da Nenê, Rinaldo Andrade, discursou por pouco mais de cinco minutos e atrasou a entrada dos passistas na avenida. Claramente emocionado, Andrade se exaltou em alguns momentos da fala e até “desdenhou” dos minutos perdidos. Esse tempo desperdiçado pode custar pontos à escola na apuração da próxima terça-feira – mesmo que ela tenha cruzado a avenida dentro do tempo limite de 1h05min, pode ter tido a evolução prejudicada.
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A Nenê de Vila Matilde encerrou o primeiro dia de desfiles do Carnaval de São Paulo. O tema da escola foi Moçambique, a lendária terra do Bogotá sagrado
Foto: Nelson Almeida
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A ex-BBB Clara Aguilar desfilou pela escola
Foto: Léo Franco
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Clara disse que sentiu medo em cima do carro
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A Nenê de Vila Matilde encerrou o primeiro dia de desfiles do Carnaval de São Paulo
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Livia Andrade exibiu corpão na avenida
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A Nenê de Vila Matilde encerrou o primeiro dia de desfiles do Carnaval de São Paulo. O tema da escola foi Moçambique, a lendária terra do Bogotá sagrado
Foto: Nelson Almeida
Quando enfim rompeu os portões do Anhembi, a Nenê apostou na diversidade cultural de Moçambique para levantar as (poucas e já cansadas) pessoas presentes às arquibancadas do sambódromo. Grande como deve ser, o abre-alas representou a religiosidade e riqueza natural do país, localizado no sudeste da África e que também fala português. A alegoria contava com a tradicional águia azul de Vila Matilde como uma espécie de “arranha-céu” de São Paulo.
A bateria ajudou bastante no desenvolvimento do enredo da Nenê. Os ritmistas comandados pelo Mestre Marcão, que foi criado e cresceu na agremiação de Vila Matilde, deram literalmente o tom da história contada pela escola. Bossas marcadas por jogos nas batidas de caixas e surdos faziam a avenida praticamente se sentir em “clima de guerra” – avisado pelo samba, que lembrava ter visto “o invasor chegar” e se referia às “testemunhas de batalhas”. Em alguns momentos, era até possível se sentir em pleno continente africano. O desfile foi bonito - principalmente depois de o sábado clarear e colorir ainda mais a passagem da Nenê pela avenida.
Durante os ensaios, ela já causou polêmica e mostrou que não tinha (nenhum) samba no pé. Antes de entrar na avenida, avisou: “não sei sambar. Nunca fui ligada ao Carnaval”. Quando, enfim, adentrou o Sambódromo do Anhembi, então, provou que é, de fato, bastante sincera. Terceira colocada da última edição do Big Brother Brasil, a DJ Clara Aguilar desfilou no quinto carro alegórico da Nenê de Vila Matilde e sequer arriscou alguns passos mais ousados. Mexer era o quadril era muito. Fã de rock, a musa do BBB 14 exibiu o belo corpo tatuado, mas não parecia muito à vontade sobre uma alegoria no Anhembi.