A chuva que atingiu várias regiões de São Paulo na tarde deste domingo, 26, não impediu que mais de 3 mil pessoas prestigiassem o primeiro ensaio geral do Acadêmicos do Baixo Augusta. O encontro ocorreu na Audio, na zona oeste da capital paulista.
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Este ano, o maior bloco de São Paulo completa 16 anos. Com o tema A Força dos Nossos Pagodes!, o homenageado da vez é o sambista Jorge Aragão, de 75 anos. O ensaio, que foi aberto ao público e gratuito, foi comandado pela Banda do Baixo Augusta, juntamente com os cantores André Frateschi, Bruna Pazinato e Hevelson Oliveira.
Marcaram presença, também, as musas Thelminha Assis (ex-BBB) e Márcia Dailyn, além de Alê Youssef, um dos fundadores do bloco. Márcia Dailyn recebeu o convite para integrar o bloco em 2014, durante um ensaio de pré-carnaval no Mirante 9 de Julho. Segundo ela, o Baixo Augusta se tornou "família".
"Eu estou muito feliz e honrada de estar aqui. O samba emociona demais. Não tem nada melhor do que a liberdade de expressão e a liberdade artística. O Baixo Augusta é minha vida e minha família porque me permitiu ser honrosamente quem eu sou, sempre pela diversidade", contou em entrevista ao Terra.
Jorge Aragão tem feito pequenas aparições na cena sambista brasileira no último ano. Depois de ter sido diagnosticado com câncer e passado por um tratamento intensivo até a cura, o cantor tem retornado aos palcos, "devagar, devagarzinho".
Para Alê Youssef, a homenagem ao artista representa a defesa da ocupação cultural da cidade, tendo o carnaval e o samba como símbolos. "Um mestre como o Jorge Aragão faz todo sentido. Ele representa tudo isso que é o carnaval. Nos pareceu muito pertinente não apenas homenagear este gênio, mas também pegar 'a força dos nossos pagodes' nas letras dele para falar o quão importante é valorizar a vida noturna, o carnaval e a cultura cidade", disse ao Terra.
O álbum Coisa de Pele, juntamente com a canção de mesmo nome, foi lançado por Jorge Aragão em 1986, tornando-se um marco na carreira do artista. A frase "a força dos nossos pagodes" foi extraída da letra dessa música.
"É uma frase dessa obra espetacular do Jorge Aragão. Além da homenagem, a gente também quer defender a resistência das rodas de samba e as conquistas que os blocos tiveram nesses últimos anos para garantir que o carnaval de rua de São Paulo se perpetue", completou Alê.
Entre outros integrantes do Acadêmicos do Baixo Augusta, estão Wilson Simoninha, puxador e diretor musical do bloco, Alessandra Negrini, rainha, Marcelo Rubens Paiva, porta estandarte, e Tulipa Ruiz, madrinha.
Os próximos ensaios do bloco estão programados para os dias 2, 9 e 16 de fevereiro, na Audio, sendo abertos ao público e gratuitos. O desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta ocorrerá no dia 23 de fevereiro, a partir das 14h, com concentração na esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista.
